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Cliente do Nubank leva golpe de R$ 255 mil e fintech se recusa a ajudar

Após receber uma ligação e um e-mail de uma suposta atendente do Nubank confirmando seus dados, a servidora perdeu todas suas economias.



Um simples telefonema virou uma verdadeira dor de cabeça para a servidora pública Eliana Miranda. Após os golpistas conseguirem acesso à conta dela no Nubank pelo aplicativo do celular, de uma forma que ela não soube explicar, a servidora teve um prejuízo de mais de R$ 255 mil. Além de diversas transações bancárias, os criminosos realizaram também um empréstimo de R$ 20 mil.

Veja também: Segurança do Nubank é colocada em dúvida após cliente cair em golpe de R$ 146 mil

“Eu ia comprar uma casa com esse dinheiro e casar no ano que vem. Não tenho patrimônio, era o único dinheiro que tinha, guardado há anos”, afirmou Eliana. Ao todo, a servidora perdeu R$ 255.074,37. Desse total, R$ 126.717,27 foram em 14 operações em cartões de crédito e R$ 128.307,00 em pagamentos de 11 boletos.

Em ambos os casos, os valores destoavam completamente das movimentações rotineiras que ela fazia em sua conta. Além disso, Eliana descobriu ainda que os golpistas criaram oito cartões virtuais para realizar as compras.

Como aconteceu o golpe?

O crime começou por volta das 11h do dia 19 de maio, quando uma suposta funcionária do Nubank entrou em contato com Eliana. A moça informou ser do time de segurança de operações da fintech. Como pretexto da ligação, a criminosa informava que estava tendo uma tentativa de instalação e cadastramento da conta de Eliana em um iPhone 7 plus, que não é o modelo do telefone dela.

A servidora recusou de início o procedimento, visto que o banco não costuma fazer ligações. A golpista insistiu, afirmando ser uma situação de emergência para evitar uma tentativa de fraude. No entanto, o que surpreendeu e confundiu Eliana foi que a golpista sabia todos os seus dados, sendo preciso apenas que ela confirmasse os números informados.

Ao verificar que os dados estavam corretos, Eliana prosseguiu com os pedidos da golpista ao telefone. Ao clicar em algum item na plataforma do Nubank, a servidora foi redirecionada para outra tela, fazendo com que um arquivo fosse baixado automaticamente. Em seguida, realizou o reconhecimento facial e biométrica na plataforma do banco.

Além disso, Eliana ainda recebeu um e-mail do Nubank confirmando sua identidade. Após realizar os passos indicados pela suposta atendente, a ligação caiu e a tela do celular ficou preta. Ao reiniciar o aparelho, Eliana percebeu que não tinha mais o app do Nubank instalado no celular. Ao entrar em sua conta, viu que suas economias tinham sumido.

Qual foi a atitude do Nubank?

Somente Às 13h31, que a servidora começou a receber avisos de “bloqueio preventivo” do Nubank, porém todas impedindo transações de centavos. ÀS 15h12, ela foi informada sobre uma transação “não confirmada” de R$ 4.139,58.

Após conseguir o acesso novamente ao aplicativo, Eliana relatou o ocorrido por meio do chat do app para um funcionário. Em seguida, ele informou que havia transferido a situação para o “time de segurança”, solicitando um prazo de cinco dias para avaliar o caso. Além disso, Eliana contestou também as operações no cartão de crédito, recebendo o seguinte aviso: “Em até 24 horas enviaremos um retorno com orientações. Não se preocupe, se a contestação for válida você não sofrerá prejuízo algum.”

Contudo, o Nubank entendeu que não houve nenhum golpe no caso. Como justificativa, a fintech afirmou que o uso do Mastercard Seguro Code, um procedimento de autenticação de dois fatores nas compras online, “invalida a possibilidade de fraude”. Além disso, um outro e-mail enviado por um funcionário afirma que “não houve comprometimento” do cartão.

Veja na íntegra a nota do Nubank sobre o caso

“O Nubank não foi oficialmente intimado da decisão judicial ou do processo em curso.
É importante ressaltar que, paralelamente, a empresa segue investigando detalhadamente o caso para tomar eventuais medidas cabíveis, se aplicáveis.
Por questões de sigilo bancário, não é possível comentar o caso específico. A empresa se manifestará diretamente com a cliente via canais oficiais de atendimento quando concluir a análise interna e/ou no âmbito do processo judicial no momento propício.
Investimos continuamente em ferramentas preventivas, canais de suporte e monitoramento do uso de seus serviços para proteger a experiência de seus clientes. A empresa também promove constantemente uma série de iniciativas com dicas de segurança e alertas sobre golpes para dificultar que incidentes dessa natureza ocorram:

  • Recentemente, por exemplo, lançamos um Canal de Denúncias para relatos de tentativas de golpes e fraudes.
  • Conteúdos de segurança e prevenção podem ser acessados no SOS Nu.”




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