O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sinalizou em sua última reunião que pode começar a baixar a taxa básica de juros da economia, a Selic, a partir de agosto. Essa é uma boa notícia para quem deseja financiar um imóvel, já que os juros da modalidade devem ficar mais baratos.
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Em maio, os juros médios pré-fixados para financiamento imobiliário chegaram a 11,32% ao ano, superando bastante a média de 7,78% a.a. registrada no início de 2022. Na época, a Selic estava em 2% ao ano.
“O primeiro ponto para a gente entender o custo dos juros é que a Selic é uma reação do Banco Central a inflação corrente. Quando se registra uma inflação corrente maior e expectativas de inflação futuras maiores, há uma tendência de a Selic ser mais alta. Isso obviamente vai refletir em todos os mercados de crédito, inclusive o imobiliário”, explica o professor de economia da UFC, Rafael Barros.
A previsão dos economistas indicada no último boletim Focus é de que a taxa básica fechará o ano a 12%, ou 1,75 pontos percentuais abaixo do patamar atual (13,75%). Apesar da indicação positiva, a redução na Selic pode levar mais tempo até ser sentida nas taxas cobradas pelos bancos.
É hora de financiar um imóvel?
Os especialistas acreditam que o ideal é aguardar mais tempo antes de contratar um financiamento, ao menos até a Selic impactar os juros da modalidade. Vale a pena acompanhar o mercado e esperar, no mínimo, até metade de 2024.
Conforme a economia volta à normalidade, o Banco Central deve baixar a Selic e, como consequência, os juros imobiliários começarão a cair. No geral, o comprador que está em dúvida de quando entrar no financiamento deve se guiar pela intenção da compra.
“Vale muito financiar hoje quem tem condições de conseguir taxas de juros mais baratas. Se você tem determinadas garantias que fazem com que você possa negociar uma taxa mais barata, vale sim, desde que esse imóvel seja para a sua moradia. Se não, talvez seja melhor esperar um pouco as incertezas do futuro baixarem para que o Banco Central consiga fazer uma política de juros mais barata”, afirma Barros.
Para a sócia fundadora da Cifrão Educação Financeira, Juliana Barbosa, o melhor é realmente esperar, se for possível.
“O ideal é se planejar e começar a organizar o orçamento. Separar um valor mensal e transferir para um investimento com o intuito de acumular o percentual de entrada exigido pelos bancos para concretizar o financiamento. É importante lembrar que não basta ter apenas o valor de entrada, pois, além disso, existem as taxas de cartório e impostos, como o ITIV”, aconselha.