Preço da carne cai pelo sexto mês consecutivo, acumulando queda de 5,8% no ano

Entre os maiores recursos do primeiro semestre estão cortes como alcatra, filé-mignon, contrafilé e picanha.



Está ficando mais barato comer carne no Brasil, mostra o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), considerado a inflação oficial do país. O preço da carne bovina teve queda de 2,10% em junho, impulsionando a deflação de 0,08% no mês.

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Houve redução em todos os cortes bovinos considerados no cálculo do índice da inflação. No acumulado do ano, o recuo chega a 5,89%, enquanto nos últimos 12 meses os preços caem de 6,73%. Já o IPCA tem alta acumulada de 2,87% no ano e de 3,16% em 12 meses.

Os destaques do primeiro semestre são: alcatra (-8,09%), o filé-mignon (-8,02%), o contrafilé (-7,92%) e a picanha (-6,52%). Confira os percentuais de queda entre janeiro e junho de 2023:

  • Carnes em geral: -5,89;
  • Alcatra: -8,09;
  • Filé-mignon: -8,02;
  • Contrafilé: -7,92;
  • Pá: -7,37;
  • Picanha: -6,52;
  • Fígado: -6,51;
  • Acém: -6,16;
  • Peito: -5,63;
  • Capa de filé: -5,43;
  • Lagarto comum: -5,37;
  • Costela: -5,33;
  • Coxão mole: -5,16;
  • Patinho: -5,10;
  • Lagarto redondo: -4,76;
  • Músculo: -4,28;
  • Cupim: -2,05;

Custo de produção

Segundo o economista Matheus Peçanha, do FGV-Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), os custos dos produtores ficaram mais baixos no período. Desde o segundo semestre de 2022, os preços de soja e milho, principais componentes da ração para o gado, tiveram queda.

“A perspectiva para o ano é continuar nessa pegada. Deve haver a redução no ritmo de queda. E isso pode se refletir no preço ao consumidor. Mas deve continuar assim, reduzindo ritmo de queda até uma estabilidade no ano”, avalia.

Outra contribuição esperada é aumento de produtividade no Centro-Oeste, causada pelos efeitos do El Niño. “Ou seja, a gente deve ter uma estabilidade do preço da carne até o fim do ano, e, se o El Niño trouxer uma produtividade maior, pode haver uma segunda rodada de queda”, completa.

Consumo da população

O aumento na produção também deve ampliar o consumo de carne bovina pelos brasileiros após um período de cinco anos de redução. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) projeta que cada habitante deverá consumir 29 quilos de proteína neste ano, uma alta de 11,6% frente 2022.

Em 2018, cada brasileiro consumiu cerca de 34 quilos de carne. O consumo médio caiu para 30 quilos no ano seguinte, despencando para 27 quilos em 2020 e 2021. No ano passado, o consumo de proteína chegou a 26 quilos por habitante.




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