Conversas despretensiosas no supermercado, palavras murmuradas ao colocar um casaco, ou mesmo diálogos longos durante uma caminhada solitária pelo parque. Talvez você já tenha observado isso e se perguntado: “Por que as pessoas mais velhas falam sozinhas?” Bem, antes de entrarmos na questão, é essencial entendermos o contexto em que esse comportamento se manifesta.
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Seja qual for a idade, quem nunca soltou um “Aonde coloquei as chaves?” em voz alta mesmo estando sozinho? Essa é uma prática comum, quase uma extensão dos nossos pensamentos internos.
No entanto, quando essa característica aparece mais acentuadamente em idosos, imediatamente, muitos de nós associamos a alguma condição de saúde mental. Mas, vamos com calma.
Os dois lados da moeda: Patológico x Adaptativo
De fato, existe um grupo de idosos em que o ato de falar sozinho pode estar relacionado a distúrbios neurológicos. Em condições como a esquizofrenia ou Alzheimer, os diálogos solitários podem surgir de alucinações ou delírios.
Se uma pessoa mais velha ri sem motivo aparente ou responde a estímulos que não estão claros para quem está ao redor, é compreensível que haja preocupações sobre seu bem-estar mental.
No entanto, na grande maioria das vezes, conversar consigo mesmo não está ligado a nenhum problema de saúde. Em muitas ocasiões, é simplesmente uma maneira de lidar com sentimentos de solidão, estresse ou mesmo uma estratégia para organizar os pensamentos.
E vamos ser honestos, quem não precisa às vezes de um pouco de autoafirmação ou de um lembrete em voz alta?
O equilíbrio: quando é hora de buscar ajuda?
Mas, claro, há situações em que a atenção se faz necessária. Se o idoso:
- Constantemente se refere a si mesmo de forma depreciativa;
- Narra eventos que claramente nunca aconteceram;
- Apresenta falas desconexas e sem relação com a realidade ou
- Salta abruptamente de uma ideia para outra sem uma sequência lógica…
É hora de considerar a possibilidade de consultar um especialista.
