Não é incomum encontrar pelas ruas das cidades motociclistas pilotando o veículo sem camisa e até mesmo sem calçado. Especialmente durante os períodos mais quentes do ano, como foram as últimas semanas, os condutores de motos fazem de tudo para se refrescar, inclusive deixar mais pele exposta.
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O problema é que além de ser um item de segurança no contexto do trânsito, os sapatos também servem para prevenir problemas de saúde. Ao optar por pilotar sem proteção nos pés, o motociclista corre risco de ter outros prejuízos além da moto.
Do ponto de vista da lei, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) não proíbe pilotar motos descalço, mas considera infração fazer isso com calçados inadequados. São proibidos os sapatos que não se firmam nos pés ou comprometem a utilização dos pedais, como rasteirinhas e chinelos.
O condutor que descumpre a regra está cometendo uma infração média, que gera multa de R$ 130,16 mais quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Riscos vão além da multa
Segundo Aquilla dos Anjos Couto, médico especialista do Departamento Científico da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), os prejuízos de pilotar descalço também abrangem a saúde do motociclista.
“Pilotar moto descalço é contraindicado, porque o chão pode estar quente. O motociclista não vai conseguir ficar e permanecer muito tempo com o pé no chão”, explica.
“O próprio sapato é conhecido como um item essencial e de proteção individual. Então, o ato de dirigir descalço diminui a chance de enroscar o chinelo no pedal, porém, se caso tiver qualquer coisa perto do asfalto ou do pedal, isso pode entrar diretamente no pé do condutor. Pedrinhas, tachinhas, galhos, qualquer coisa perto que seja cortante ou pontiagudo, pode sim atrapalhar e machucar”, acrescenta o médico.
No caso do chinelo, os problemas estão ligados ao risco de o calçado enroscar nos pedais de troca de marcha, o que pode atrapalhar a troca de marcha e influenciar no equilíbrio. “A perda de equilíbrio na moto pode ser fatal”, completa o especialista.