O Conselho Curador do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) se reúne no dia 19 de março para debater um tema considerado muito importante para o governo, o uso de depósitos futuros na compra da casa própria. Segundo a vice-presidente de Habitação da Caixa, Inês Magalhães, as operações nesse formato podem começar ainda neste mês.
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Em caso de decisão positiva do colegiado, a Caixa Econômica Federal poderá começar a operar o modelo em poucos dias. Será possível utilizar até 120 meses de créditos futuros no fundo para conseguir condições de financiamento mais favoráveis.
“O FGTS Futuro vai ser importante, deve entrar na próxima agenda de março do Conselho Curador. Todos os estudos, tudo que é necessário para isso já está feito […] A solução tecnológica já foi feita, era um dos desafios. Hoje só falta a decisão. Aí, a gente em poucos dias já consegue operar”, disse Magalhães.
Como será a operação do FGTS Futuro?
A operação consiste no uso de contribuições futuras do empregador na conta vinculada ao trabalhador, para pagamento de prestações do financiamento contratado por meio do Minha Casa, Minha Vida. A ideia é implementar um período de testes com as famílias com renda de até R$ 2.640 (Faixa 1 do programa habitacional).
Se tudo der certo, a utilização dos recursos futuros poderá ser feita por todos os grupos atendidos pelo programa, voltado para famílias com renda mensal de até R$ 8 mil. O governo calcula que cerca de 60 mil lares com renda de até dois salários mínimos poderão ser beneficiados todos os anos.
A principal regra, segundo a vice-presidente da Caixa, é não comprometer mais de 30% da renda do contratante.
O grande entrave para o governo é que muitas famílias nem mesmo alcançam esse limite, considerando que sua capacidade de pagamento. Em geral, os brasileiros não estão conseguindo financiamentos altos porque não podem arcar com a parcela correspondente.
Esse será o trunfo do FGTS Futuro. Com ele, trabalhador poderá considerar os depósitos futuros no fundo para aumentar sua capacidade de pagamento das prestações da casa própria.
“O FGTS Futuro pode ser uma saída para aumentar o valor que ele pode acessar. Isso vai ajudar, principalmente, as pessoas de menor renda. Pode ser uma linha divisória entre acessar ou não, ou acessar em melhor condição ou não esse financiamento”, explica a executiva.
Simulação de financiamento
Para exemplificar o uso da novidade, a Caixa simulou o financiamento feito por um trabalhador na faixa dos 30 anos, com renda familiar mensal de R$ 2.640 e morador da região Norte ou Nordeste. O prazo de financiamento do imóvel seria de 420 meses nas condições normais, e de 120 meses com o uso do FGTS Futuro.
Já a capacidade de pagamento permitiria o comprometimento do teto de 30% da renda, o que significa que seria possível financiar R$ 129,4 mil e pagar uma prestação mensal de R$ 791. Sem o FGTS Futuro, o comprador só poderia comprometer 22% e financiar R$ 93,6 mil, chegando a uma parcela mensal de R$ 580 mensais.
