As mudanças nas regras de concessão do empréstimo consignado do Auxílio Brasil, que voltará a se chamar Bolsa Família, vão derrubar drasticamente o limite máximo de crédito concedido aos beneficiários do programa. Os valores podem cair mais de dez vezes. Veja as principais mudanças.
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Antes, o Governo Federal permitia uma margem de 40% de desconto em folha. Agora, o valor foi fixado em apenas 5%. Sendo assim, o valor mensal a ser descontado, que antes podia ser de R$ 160 – considerando os R$ 400 fixos do benefício –, passa a ser de R$ 30 mensais, que é referente a 5% dos R$ 600 fixados para o programa.
Outra alteração importante foi no número máximo de parcelas mensais sucessivas. Antes, o prazo era de até 24 meses, mas passou ser de seis meses. A taxa de juros ao mês caiu de 3,5% para 2,5%.
Como fica na prática? Confira simulações do consignado do Auxílio Brasil
O máximo concedido para um beneficiário do Auxílio Brasil era de R$ 1.684, o que faria o cidadão pagar na prática cerca de R$ 3.840 em 24 parcelas de R$ 160. Isso quer dizer que o beneficiário pagaria R$ 2.156 só de juros.
Com o Bolsa Família e as novas regras do governo vigente, o máximo liberado para o beneficiário deve ser de R$ 155 com mais R$ 25 de juros, totalizando R$ 180 pagos em seis meses.
Para a economista Ione Amorim, coordenadora do Programa Financeiro do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), as alterações são conservadoras, cautelares, mas realistas. Isso permite que o crédito seja concedido de forma mais alinhada à realidade financeira das famílias em situação de vulnerabilidade financeira.
“Esse crédito é uma medida emergencial. O prazo de seis meses e o valor reduzido permitem que a família tenha fôlego para respirar, entrar na modalidade e sair. É melhor que o governo faça uma política mais conservadora agora, mas alinhada à realidade das famílias”, explicou.