Puns e arrotos de vacas podem ser mortais? Um incidente ocorrido em uma fazenda leiteira do Texas, nos Estados Unidos, mostra que em alguns casos sim. O acidente matou 18 mil vacas e deixou uma mulher gravemente ferida. As investigações iniciais indicaram que a explosão foi causada pela concentração de metano, gás presente em puns e arrotos de bovinos.
Leia também: Tem toxinas? Por que comer fígado de boi está gerando tanta discussão
A hipótese é que o metano inflamou durante o superaquecimento de uma máquina que suga estrume, espalhando-se pelo local e causando a explosão. Segundo o xerife Sal Rivera, da polícia local, o incidente ocorreu no começo da semana passada.
O prejuízo com a morte do gado chega a US$ 36 milhões, equivalente a R$ 177,48 milhões na cotação atual do dólar. A fazenda perdeu quase 95% do seu rebanho.
Metano causou explosão, mas é comum entre bovinos
Os bovinos produzem e soltam uma grande quantidade de metano durante a digestão. O gás é produzido por bactérias do rúmen, uma das quatro cavidades do estômago dos animais, que ajudam a retirar energia dos alimentos. A maior parte dos gases não sai dos bovinos via puns, mas pela boca, numa espécie de arroto, junto com a respiração.
No Brasil, a criação de ruminantes, como bovinos, cabras, ovelhas e búfalos, é responsável por 90% do metano gerado no país. Esse gás contribui com 23% do efeito estufa e é 21 vezes mais ativo, em comparação ao gás carbônico, na retenção dos raios solares que aquecem o planeta.
Porém, embora o metano seja um gás de efeito estufa, o maior responsável pelo aquecimento global é o gás carbônico emitido por fábricas e carros. Isso porque o CO2 perdura na atmosfera por até mil anos, enquanto o metano tem vida útil de apenas uma década. É possível reduzir a emissão de metano pelos ruminantes mexendo na dieta dos animais e diminuindo o tempo para o abate.