A Caixa Econômica Federal deve divulgar nesta segunda-feira, 5, os calendários para saque do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e das cotas do fundo PIS. Além disso, a Caixa também deve anunciar os canais de atendimento e critérios para os trabalhadores receberem as quantias.
O presidente Jair Bolsonaro assinou no mês passado uma medida provisória que define que todos os trabalhadores poderão sacar R$ 500 de cada conta inativa (empregos antigos) e ativa (emprego atual) do FGTS.
Além do FGTS, o governo também anunciou a liberação de saques do fundo PIS/Pasep. O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, na última sexta-feira, 2, afirmou que o pagamento dos recursos vai gerar um impacto de cerca de R$ 300 milhões em receitas anuais que a estatal teria com a gestão dos mais de R$ 30 bilhões que serão liberados com a medida.
Vale ressaltar que a Caixa recebe 1% pela administração dos fundos. Em entrevista à rádio CBN, o presidente do banco explicou: “A economia melhorando é o que ajuda o resultado da Caixa. Esse resultado de R$ 300 milhões é muito pequeno perto do lucro do banco”.
Ele ainda afirmou que os 106 milhões de brasileiros que terão acesso aos saques do FGTS e PIS/Pasep, poderão não só utilizar o dinheiro para consumir como também quitar para dívidas, o que contribui para a melhora da economia.
Agências da Caixa vão abrir aos sábados
O presidente da Caixa garantiu que o banco já está preparado em termos de infraestrutura para fazer os pagamentos. Ele disse ainda que as agências abrirão aos sábados e que ele mesmo estará nas agências para acompanhar o atendimento.
De acordo com Guimarães, a Caixa fará de imediato o depósito dos recursos do FGTS e do PIS para quem já for correntista do banco. Sendo que os que não quiserem poderão solicitar o estorno.
Liberação de recursos não terá grande impacto na economia, segundo especialistas
Embora o governo garanta que a liberação dos recursos para os trabalhadores terá uma influência positiva para o crescimento da economia do país, por outro lado, economistas consultados pela agência Reuters afirmam, que o impacto positivo pode ser menor do que o esperado. Pois a atividade econômica deve manter seu ritmo apenas gradual de recuperação.
Na avaliação dos especialistas, isso acontecerá porque somente uma parcela da liberação, prevista até o fim do ano, pode se transformar em consumo. A outra fatia servirá para que os trabalhadores façam pagamento de dívidas, o que pode no máximo, segundo eles, melhorar a capacidade de tomada de crédito das famílias.
Com a medida, o economista do Itaú Unibanco, Luka Barbosa afirma que “o impacto do FGTS no PIB seria na segunda casa decimal”, ele vê influência potencialmente maior no PIB (Produto Interno Bruto) de 2020, com impacto direto de 0,1 ponto percentual na economia brasileira.
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