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Pix toma lugar de caixas eletrônicos em estabelecimentos e inicia disputa

Versões Pix Saque e Pix Troco tiveram crescimento acelerado em março, tendência que deve continuar nos próximos meses.



O Pix Saque e o Pix Troco, lançados em dezembro pelo Banco Central, ganharam mais força em março. Essas versões permitem que o cliente retire dinheiro em espécie em estabelecimentos comerciais, dispensando a necessidade de procurar um caixa eletrônico de banco.

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Em quatro meses, as modalidades totalizaram 290 mil operações, somando R$ 41,1 milhões. Embora os números ainda sejam tímidos, eles representam um crescimento acelerado em março, com R$ 17,7 milhões movimentados somente naquele mês.

A equipe do BC acredita que a tendência de crescimento deve continuar, uma vez que as versões são convenientes para consumidores e lojistas. Por outro lado, ela gera uma nova disputa ente bancos tradicionais e fintechs.

Como funciona

Os clientes podem realizar até oito retiradas com Pix Saque e Troco por mês sem pagar nenhuma tarifa. Quem remunera os estabelecimentos comerciais pelo serviço são as instituições financeiras envolvidas. O valor varia de R$ 0,25 a R$ 1 por resgate. Veja mais detalhes na ilustração abaixo:

Fonte: O Globo

O dono de estabelecimento interessado em oferecer o serviço precisa abrir uma conta de pessoa jurídica em banco ou fintech que atue como Prestador de Serviços de Pagamentos (PS). Além disso, ele deve fechar parceria com uma instituição que atue como Facilitador de Serviço de Saque (FSS), podendo ou não ser a mesma da conta.

O que dizem os especialistas

“Há um benefício econômico para quem (banco) trabalha com conta pessoa jurídica, que é um cliente mais qualificado e rentável. O mercado de adquirência tem uma grande disputa pela clientela na definição da tarifa que é cobrada na ‘maquininha’, e algo similar ocorrerá o Pix Saque e Troco, porque é mais um elemento no pacote”, diz Eduardo Bruzzi, sócio da área de Payments, Banking e Fintech do BBL Advogados.

Para Cleber Martins, consultor de Operações da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), o Pix tem potencial para aumentar a concorrência no mercado.

“Vai ter espaço para bancos, fintechs e financeiras, desde que seja oferecida uma experiência completa para a pessoa jurídica. Hoje, esses serviços estão fragmentados, mas tem o Open Banking (sistema de compartilhamento de dados dos clientes entre instituições), que acaba conectando tudo isso de forma mais integrada, ainda que talvez mereça um ajuste do regulador”, opina.

Até o momento, apenas seis bancos estão habilitados a atuar como intermediário para Pix Saque e Troco. Se as modalidades ganharem forças, os especialistas preveem o início de disputas entre bancos pelos clientes pessoas jurídicas.

“Nos repasses de Pix Saque e Pix Troco, grandes estabelecimentos terão remuneração muito alta. Nenhum banco quer perder o cliente, não vai vender só produtos de Pix. Tem folha de pagamento, capital de giro, tudo que pode fornecer de serviço”, completa Restier.

Em nota a Zetta, associação representante de empresas de serviços financeiros digitais, afirmou que “os novos serviços contribuem para aumentar a competitividade no mercado financeiro e descentralizar a oferta de serviços como o saque”.




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