O hábito de comer em horários diferentes, sobretudo o jantar tardio, tem se tornado uma prática comum em muitas culturas contemporâneas. Esse padrão alimentar pode ser influenciado por diversos fatores, como ritmo de vida agitado, compromissos profissionais ou simples preferências individuais. Entretanto, jantar tarde pode ter implicações para a saúde. Assim, cientistas têm explorado a crononutrição, um campo emergente de estudo.
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Isso porque a crononutrição sugere que além da quantidade de alimentos ingeridos e da atividade física, o horário das refeições também desempenha um papel crucial nos processos fisiológicos do corpo. Pesquisas indicam que respeitar os ritmos naturais do organismo pode ser essencial para manter uma boa saúde e prevenir doenças. Saiba mais a seguir:
Jantar e saúde: uma relação complexa
Dados de estudos europeus revelam que 40% das calorias diárias são consumidas no jantar, enquanto apenas 18% são ingeridas no café da manhã. Essa distribuição desigual pode ter impactos significativos na saúde, conforme apontam os pesquisadores.
Ritmos circadianos: o relógio biológico do corpo
Para entender como o corpo reage ao timing das refeições, é essencial compreender os ritmos circadianos, que regulam processos bioquímicos e comportamentais para manter o equilíbrio orgânico. O relógio biológico central, localizado no hipotálamo, desempenha um papel crucial ao receber e decodificar informações do ambiente.
Desafios da vida moderna para os ritmos circadianos
Estudos indicam que o estilo de vida moderno, exposição à luz artificial e mudanças nos turnos de trabalho podem interferir nos ritmos circadianos, levando a efeitos adversos como obesidade, hipertensão, diabete, mudanças no padrão do sono e problemas gastrointestinais.
Padrões alimentares e riscos cardiometabólicos
Enquanto os padrões alimentares evoluem, saltando refeições e criando dificuldades para distinguir café da manhã, almoço, jantar e lanche, especialistas alertam para as consequências nos marcadores cardiometabólicos. Refeições tardias podem levar a alterações no metabolismo, aumento das taxas de gordura no sangue e pressão arterial elevada.
Jantar tarde e obesidade: uma conexão perigosa
Cientistas observaram que jantar tarde pode contribuir para a obesidade, já que o metabolismo e o gasto calórico diminuem à noite, favorecendo o acúmulo de gordura. Além disso, a liberação de hormônios do estresse durante a digestão noturna pode elevar a pressão arterial, aumentando o risco de doenças cardiovasculares.
Jantar tarde e diabete: o papel da melatonina
Estudos sobre crononutrição e comportamento concluíram que comer com intervalos menores, não pular o café da manhã, jantar cedo e aumentar o período de latência noturna têm efeitos positivos na saúde metabólica. Pesquisas indicam que jantar tarde pode aumentar o risco de diabete, pois interfere na produção de melatonina, afetando o metabolismo da glicose.
Jantar tarde e sono: uma combinação indigesta
Jantar tarde, especialmente alimentos ricos em calorias e gorduras, pode prejudicar a qualidade do sono devido à lentidão no processo digestivo. A indigestão, gases e estufamento são consequências comuns, podendo levar ao refluxo gastroesofágico e distúrbios no sono.
Dicas para um jantar saudável e leve
Especialistas recomendam dar preferência a alimentos leves, como saladas, frutas, legumes, proteínas magras e evitar alimentos ricos em cafeína e picantes. Estabelecer um intervalo de 1h30 a 2h entre a última refeição e dormir pode contribuir para uma noite de sono mais saudável.
Crononutrição: uma nova abordagem para a saúde
Embora os estudos sobre crononutrição ainda estejam em estágio inicial, a Associação Americana do Coração enfatiza a importância de considerar o tempo e a frequência das refeições para promover um estilo de vida saudável e prevenir problemas cardiometabólicos.