Concurseiros goianos já observaram que, frequentemente, conteúdos sobre História, Geografia e Atualidades de Goiás têm sido cobrados em concursos públicos e processos seletivos regionais. Trata-se da valorização do candidato do estado, bem como o reconhecimento da região.
O conteúdo é vasto e os detalhes podem fazer com que o candidato se perca em meio a tantas informações. Por isso, fizemos um apanhado dos principais tópicos relacionados à Geografia de Goiás para concursos públicos.
Contexto histórico de formação
O nome Goiás significa “aquele que tem a mesma origem” ou “indivíduo da mesma raça”. Originalmente, o estado chamava-se Goyaz, termo originado do termo Guaiá. Sua história remonta ao século XVIII quando bandeirantes paulistas chegaram à região atraídos pelos rumores da descoberta de minas.
Destaque para Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera, que liderou a primeira bandeira com a intenção de se fixar no território. A primeira região a ser ocupada foi a do Rio Vermelho, onde fundou a Vila Boa (futura Cidade de Goiás), que foi a capital do estado por 200 anos.
O processo de independência foi dando-se de forma gradativa, impulsionado pela formação das juntas administrativas. Porém, o povoamento e desenvolvimento do estado foi mais intenso a partir da transferência da capital para Goiânia, na década de 1930, e a construção de Brasília, em 1960.
Sobre o estado de Goiás
O estado de Goiás está localizado no Planalto central do Brasil e é o mais populoso do Centro-Oeste, com população estimada de 6.730.848 habitantes. Seu contingente populacional está distribuído entre 246 municípios localizados em cinco mesorregiões e 18 microrregiões.
Sua área total é de 340.111.783 km². Os estados limítrofes são Minas Gerais, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Bahia. A capital, Goiânia, é a cidade com maior índice populacional do Centro-Oeste, contando com 1.466.105 habitantes.
Bandeira
A bandeira do estado de Goiás foi criada por Joaquim Bonifácio de Siqueira e instituída em 1919 pela lei n.650 no governo de João Alves de Castro. Sua composição consta de oito faixas horizontais, sendo quatro verdes e quatro amarelas.
As primeiras representam matas e florestas e as demais, por sua vez, fazem alusão ao ouro. Outro símbolo presente na flâmula é o retângulo de fundo azul com cinco estrelas brancas no canto superior esquerdo representando o Cruzeiro do Sul.
População
A população estimada no estado de Goiás é de 6.730.848 habitantes, sendo o mais populoso do Centro-Oeste. A taxa de crescimento demográfico goiana é maior que a média nacional brasileira, sendo de 17,20 hab/km² porém, é importante destacar que, ao mesmo tempo em que é registrada alta concentração populacional, algumas regiões apresentam vazio demográfico.
A região metropolitana da capital, Goiânia, é a mais densamente povoada, contando com mais de 2 milhões de habitantes. Em seguida, o Entorno de Brasília, com mais de 1 milhão de habitantes. Finalmente, vem a microrregião de Anápolis, com mais de meio milhão de habitantes.
Confira quais são os dez municípios mais populosos de Goiás:
- Goiânia: 1,5 milhão de habitantes
- Aparecida de Goiânia: 455.657 habitantes
- Anápolis: 361.991 habitantes
- Rio Verde: 217.048 habitantes
- Luziânia: 174.531 habitantes
- Águas Lindas: 158.138 habitantes
- Valparaíso: 132.982 habitantes
- Trindade: 121.266 habitantes
- Novo Gama: 110.096 habitantes
- Senador Canedo: 105.459 habitantes
Relevo
Seu relevo é bem variado e possui chapadas, planaltos, depressões e vales.É importante destacar a presença de terrenos cristalinos sedimentares antigos, em meio às áreas de planaltos atingidas pela erosão. A característica é bastante presente nas chapadas, cujos detalhes demonstram contrastes bem marcantes.
As altitudes mais baixas estão concentradas na região oeste. As maiores reunidas no estado são:
- Pouso Alto: 1.784 m
- Chapada dos Veadeiros: 1.691 m
- Serra dos Pireneus: 1.395 m
- Serra dos Cristais: 1.250 m
Clima
O clima é o tropical semi-úmido, com temperatura anual média de 23°C. Em suma, a região apresenta duas estações bem definidas, a seca e a chuvosa. A estação das chuvas compreende os meses de outubro a abril apresentando temperaturas altas, especialmente, na região norte.
Nos meses de agosto a outubro, por exemplo, os termômetros podem acusar 39°C. A estação da seca se estende de maio a setembro. Coincidentemente, contempla os meses mais frios do ano quando, em algumas regiões, as temperaturas caem a 4°C. A regra geral é de invernos secos e verões chuvosos.
A variação de temperatura e o índice pluviométrico acompanham as regiões. A oeste do estado o índice atinge 1.800 mm anuais diminuindo no sentido leste para 1.500mm/ano. Os termômetros ao sul são mais baixos e aumentam rumo ao norte. A região das cidades de Anápolis e Luziânia apresentam o clima tropical de altitude, portanto, com temperaturas médias anuais mais baixas.
Vegetação
A vegetação típica é o Cerrado. Suas principais características são árvores esparsas, com raízes profundas e galhos retorcidos, além da presença de grandes arbustos altos. Outro ponto marcante é a presença abundante de água em seu subsolo. O solo, porém, é ácido, com alto teor de alumínio e, portanto, pouco fértil.
Por esse motivo, as árvores perdem as folhas na estação da seca para que suas raízes busquem água no subsolo. A floresta tropical é encontrada na divisa com o Mato Grosso. Uma pequena porção de Mata Atlântica pode ser verificada na região sul do estado, especialmente em serras e margens de rios.
As principais árvores do cerrado são:
- mangabeira
- lobeira
- pequizeiro
- caroba
- quineira
- jequitibá
- peroba
- mogno
Hidrografia
Os rios que correm pelo estado compõem três bacias hidrográficas:
- Tocantins
- São Francisco
- Paraná
Os principais rios que merecem destaque são Araguaia, Paranaíba, Vermelho, Corumbá, Aporé, São Marcos, Paraná, Maranhão, Verde, das Almas, dos Bois e Claro. Além dos rios caudalosos, ganham destaque os lagos e lagoas formados ao longo do território goiano. Entre elas, citamos:
- Lagoa Feia – Formosa
- Lagoa Formosa – Planaltina
- Lagoa dos Tigres – Britânia
- Lagoa Santa
- Lago Azul – Três Ranchos
- Lago de Cachoeira Dourada (hidrelétrica de Cachoeira Dourada)
- Lago de Serra da Mesa (maior lago de Goiás e do Brasil em volume de água)
- Lago das Brisas – Itumbiara e Buriti Alegre
Fauna
Goiás tem considerável riqueza em espécie de animais, sendo encontrados exemplares como antas (nas margens de rios), guarás, onças, tatus, macacos, cervos, pacas, tamanduás, seriemas e emas. As últimas, inclusive, são típicas do Cerrado. Também merecem destaque os peixes e anfíbios que habitam as regiões hidrográficas.
Frente ao intenso desmatamento e ocorrência de queimadas, foram criados parques e reservas florestais no intuito de proteger as riquezas naturais. Neles, é proibida a prática da pesca, caça e derrubada de árvores. Os principais parques de proteção ambiental são Parque Nacional das Emas (Mineiros) e o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (Alto Paraíso e Cavalcante).
Recursos minerais
Os principais recursos minerais do estado de Goiás são manganês, níquel, ouro, calcário, esmeralda e fosfato.
Economia
As principais atividades econômicas do estado são a pecuária, agricultura e agroindústria. Porém, o pólo industrial do estado apresentou forte crescimento nos últimos anos, especialmente, nas cidades de Anápolis, Goiânia e Aparecida de Goiânia.
A primeira, inclusive, abriga o Distrito Agroindustrial de Anápolis, o DAIA. Nele, concentram-se indústrias automobilísticas, têxteis, alimentícias, além do único porto seco brasileiro. Aparecida de Goiânia, por sua vez, abriga o Pólo Industrial. O complexo industrial nos municípios de Catalão, Rio Verde e Itumbiara é, também, relevantemente expressivo.
A composição do PIB goiano, quanto aos três setores, é a seguinte:
- Agropecuária: 11%
- Indústria: 27%
- Serviços: 62%
O estado é um dos maiores produtores de milho, tomate e soja do Brasil, além da sua importância quanto ao plantio de sorgo, algodão, café, arroz, cana de açúcar, trigo, feijão e alho. Goiás ocupa, ainda, o terceiro lugar quanto ao rebanho bovino no país. Veja os dados referentes à importação e exportação goianos referentes a tais produtos:
Exportações – 4,1 bilhões de dólares:
- Soja: 27%
- Carne bovina: 16%
- Resíduos da extração do óleo de soja: 12%
- Sulfeto de cobre: 12%
- Carne de aves: 7%
- Ferro-nióbio: 3%
- Milho em grãos: 3%
- Outros: 20%.
Importações – 3 bilhões de dólares:
- Carros e peças: 37%
- Adubos e fertilizantes: 20%
- Produtos farmacêuticos: 12%
- Máquinas e equipamentos: 8%
- Enxofre: 3%
- Outros: 20%.
Quanto às riquezas minerais, merecem destaque os municípios de:
- Minaçu: amianto
- Barro Alto e Niquelândia: níquel
- Catalão: fosfato
Outro setor que contribui para a economia goiana é o turístico. Rio Quente e Caldas Novas são as principais estâncias hidrotermais do país, enquanto a Cidade de Goiás, Pirenópolis e Corumbá cultuam o turismo histórico. A região do Rio Araguaia, Chapada dos Veadeiros, Paraúna e Formosa são pontos do turismo ecológico.
Principais cidades
As principais cidades goianas são, além da capital, Goiânia, os municípios de Aparecida de Goiânia, Anápolis, Goianésia, Trindade, Rio Verde, Itumbiara, Catalão, Luziânia, Águas Lindas de Goiás, Valparaíso de Goiás, Formosa, Jataí, Porangatu, Caldas Novas e Niquelândia.
Pirenópolis e a Cidade de Goiás foram tombadas como Patrimônio Histórico pelo IPHAN e atraem turistas em busca de cidades históricas. Destaques para as Cavalhadas, Festa do Divino e Procissão do Fogaréu, conhecidas festas religiosas.
Ainda nesse sentido, Trindade atrai fiéis de todo o Brasil devido à Festa do Divino, realizada no final de junho. Alto Paraíso, Cavalcante e Formosa são conhecidos pelo turismo ecológico e de aventura. Caldas Novas, por sua vez, é o paraíso das águas termais.
Fatos históricos importantes
- 1942: transferência da capital para Goiânia
- 1988: divisão do estado para a formação do Tocantins a partir da porção norte goiana
Realidade e principais problemas
Várias espécies animais estão ameaçadas de extinção em razão de queimadas, desmatamento, uso de agrotóxico e caça predatória. Infelizmente, também são frequentes as consequências da poluição dos rios e do ar, erosão do solo, o assoreamento dos rios devido à expansão agropecuária, além da violência. Esta é registrada, não só nas grandes cidades mas, também, nas zonas rurais e interior.