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Geografia de Rondônia para Concursos

Detalhes históricos e geográficos sobre um dos estados do norte brasileiro. Características sociais, econômicas, naturais e culturais.



Estar em dias com o conteúdo programático de concursos públicos e processos seletivos é o objetivo de muitos concurseiros. E com razão, já que é um passo fundamental durante a preparação para as seleções que acontecem anualmente.

Embora a cada edital publicado as matérias sofram alterações. Algumas delas são comuns a praticamente todos os certames, principalmente aos regionais. Em Rondônia, por exemplo, a matéria de geografia de Rondônia para concursos é indispensável para quem pretender participar de seleções no estado.

Formação do território e contexto histórico

Antes da chegada dos europeus, os primeiros habitantes do território que hoje compreende o estado de Rondônia eram nativos indígenas de várias tribos. Entre elas, os Tuparis, Aruás, Nambiquaras e Karipunas.

Posteriormente, por conta do Tratado de Tordesilhas, a região ficou sob domínio espanhol. Porém sua exploração, de fato, só começou por volta do século XVIII.

Durante a União Ibérica, a administração do território ficou a cargo dos portugueses, porém, como parte separada do Estado do Brasil e pertencente ao Estado do Maranhão e Grão-Pará. A primeira expedição portuguesa que percorreu o Vale do Alto Madeira aconteceu em 1637, sob os comandos do capitão-mor Pedro Teixeira.

Alguns anos depois, em 1647, em outra expedição, comandada por Raposo Tavares, foram explorados os rios Madeira, Guaporé e Mamoré. Nessa época constatou-se que, por conta das inúmeras cachoeiras e corredeira, a navegação seria dificultosa.

As missões jesuítas dos espanhóis começaram a ser instaladas a partir da segunda metade do século XVII, mais precisamente no vale do Rio Mamoré, em local que hoje faz parte da Bolívia.

Em 1719 exploradores foram atraídos para a região em função da descoberta de jazidas de ouro em Cuiabá, no Mato Grosso. Em 1723, buscando fundamentos para a reivindicação do território por Portugal, novas explorações foram feitas pelos rios Madeira e Mamoré.

Em 1734 e nos anos seguintes, outras jazidas de ouro foram encontradas no Vale do Alto Guaporé. A partir daí, pequenos povoados foram se formando na região. Contudo, a capitania de Mato Grosso e Cuiabá só foi criada em 1748 e instalada em 1751.

Tratado de Madri, em 1750, admitiu-se que a região do Mato Grosso pertencia a Portugal. Apesar disso, as disputas territoriais não tiveram trégua durante toda a segunda metade do século XVIII.

A partir de 1752 índios das missões espanholas foram atraídos para o lado brasileiro, pelo governador do Mato Grosso. O intuito era estabelecer uma política tanto de povoação, quanto de proteção das fronteiras.

Em 1755, durante o governo do Marquês de Pombal, foi criada a Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão, com interesses de navegação pelos rios Madeira e Guaporé. Assim, a Aldeia de Santo Antônio, que havia sido destruída anos antes, foi reconstruída. Ao longo do tempo, por conta dos frequentes ataques dos espanhóis, outros fortes foram erguidos.

No início do século XIX, mais precisamente por volta de 1821, o atual território de Rondônia estava dividido em duas províncias, Rio Negro (atual Amazonas) e Mato Grosso. O ciclo da borracha teve início da segunda metade do mesmo século e por conta dele vários imigrantes foram atraídos à região.

Em 1870 foi dado início a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Durante a década seguinte poucos quilômetros de rodovia foram construídos e por conta das dificuldades a obra foi abandonada. A construção só foi retomada em 1908, dessa vez, sendo concluída em 1912.

Em 13 de setembro de 1943, por meio do Decreto-Lei Nº 5.812 foi criado o Território Federal do Guaporé. Somente em 1956 ele passou a ser chamado de Rondônia, em homenagem a Cândido Rondon. O território foi elevado à categoria de estado em 1981.

Sobre o estado de Rondônia

Localizado no norte do país, Rondônia é uma das unidades federativas brasileiras. Representado pela sigla RO, seu gentílico é o rondoniano ou rondoniense. Faz limite com a Bolívia a sul e a oeste, com o Amazonas ao norte, com o Mato Grosso a leste e uma pequena faixa a oeste com o Acre.

O território é dividido em 52 municípios, sendo estes em duas regiões geográficas intermediárias e seis regiões geográficas imediatas, com a seguinte disposição:

  • Porto Velho: Porto Velho, Ariquemes e Jaru.
  • Ji-Paraná: Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a área de Rondônia é de 237.590,543 km², portanto, o décimo terceiro maior estado em extensão territorial do Brasil.

Porto Velho e principais cidades

A capital de Rondônia é a cidade de Porto Velho. Fundada em 1914, sua emancipação aconteceu somente em 1943, portanto, é uma das capitais mais jovens do Brasil.

Sua população estimada, de acordo com dados de 2017 do IBGE, é de 519.436 habitantes. É o terceiro município mais populoso do norte, ficando atrás apenas de Belém e Manaus. É, ainda, a capital brasileira com maior extensão territorial, 34 mil km² e a única que faz fronteira com outro país, a Bolívia.

Além de Porto Velho, outras cidades relevantes de Rondônia, em número de habitantes, são:

  • Ji-Paraná – 132.667 habitantes
  • Ariquemes – 107.345 habitantes
  • Vilhena – 95.630 habitantes
  • Cacoal – 88.507 habitantes
  • Rolim de Moura – 57.074 habitantes
  • Jaru – 55.871 habitantes

Bandeira do estado de Rondônia

bandeira de Rondônia

Instituída em dezembro de 1981 a bandeira de Rondônia é uma das que possuem as mesmas cores que a bandeira nacional. O desenho foi escolhido por meio de um concurso público, do qual o arquiteto Sílvio Carvajal Feitosa saiu vencedor.

O verde representa as matas do estado, enquanto o amarelo as riquezas minerais, o azul o céu e o branco a paz.

População

A população estimada pelo IBGE em 2016 era de 1.787.279 habitantes, o que faz de Rondônia um dos estados com menor população. A densidade demográfica é baixa, 7,52 hab./km².

Na década de 50, o então território de Guaporé tinha uma densidade demográfica baixíssima. Naquela época, a população não ultrapassava os 40 mil habitantes. Aproximadamente 40 anos depois, na década de 90, Rondônia já tinha 1.100.000 habitantes.

Esse aumento da população se deu principalmente por conta dos processos migratórios que aconteceram a partir da década de 80. O número de habitantes do estado crescia mais de 120% ao ano, o fez com que Rondônia tivesse sérios problemas. O governo não conseguia acompanhar a demanda por necessidades básicas, como saúde, educação e energia.

Em função disso, foram registrados alguns casos de trabalho em regime análogo à escravidão. Outro problema grave foi o acirramento da disputa por terras entre índios, posseiros e garimpeiros.

Economia

A rodovia Cuiabá-Porto Velho é peça fundamental no desenvolvimento da agropecuária de Rondônia. Nesse sentido, a partir de 1994 o estado atingiu posto de liderança na região norte, sendo um dos maiores produtores de cacau e de café. Destaque também para milho, soja, arroz, feijão e mandioca. No mesmo período o rebanho bovino era o décimo do país.

No passado o extrativismo estava colocado como a principal atividade econômica de Rondônia. Um mina de cassiterita – um minério de estanho – foi descoberta em 1986. O estado passou a ser responsável por 10% da produção mundial do minério.

O auge foi curto e a partir de 1990 a indústria extrativista vegetal e mineral roraimense passou a ter menor importância. Ouro, diamante, castanha-do-pará e borracha são outros produtos notórios.

Fonte de preocupação para os ecologistas, a produção madeireira (bruta e beneficiada) de Rondônia além de ser fundamental para economia estadual, está entre as maiores do país. Para solucionar os problemas ambientais, além de incentivo ao reflorestamento, foram criadas diversas áreas de proteção ambiental.

Relevo

Aproximadamente 65% de todo o território do estado possui altitudes entre 100m e 300m. Cerca de 30% está entre 300m e 800m e 5% abaixo de 100m. É, portanto, um estado de relevo muito regular.

O quadro morfológico é composto basicamente por três unidades:

Planície aluvial: se desenvolve ao longo de todo o curso do rio Guaporé.  Forma uma faixa estreita e de terras planas, propícias a inundações.

Chapadão: se ergue sobre o planalto cristalino com topografia tubular cortada em terrenos sedimentares. Constituem as porções de maior altitude. Sua forma alongada atravessa o estado de sudeste para noroeste.

Planalto cristalino: é o que recobre maior parte de todo o território. As principais características são os terrenos ondulados e talhados em rochas cristalinas que formam um prolongamento sentido noroeste da encosta setentrional do planalto central brasileiro.

Clima e Hidrografia

Predomina no estado de Rondônia o clima tropical úmido, com estação seca pouco delimitada. A temperatura fica alta durante o decorrer de todo o ano, com médias anuais, inclusive, que ultrapassam 26 ºC. A pluviosidade varia bastante dependendo da região. Enquanto no sul a média é de 1.900mm, no norte ela sobe para 2.500mm.

Fundamentais para a história e formação do território roraimense, os rios são uma parte vital do estado. A rede hidrográfica está completamente ligada ao rio Madeira, que é um dos afluentes do rio Amazonas.

Ele e seus afluentes são responsáveis por formar sete bacias hidrográficas significativas: Bacia do Guaporé, Bacia do Mamoré, Bacia do Abunã, Bacia do Madeira, Bacia do Jamari, Bacia do Machado (ou Ji Paraná) e Bacia do Rio Roosevelt.

Vegetação

Praticamente todo o território rondoniense, aproximadamente 70%, é coberto pela floresta pluvial amazônica. O restante da composição vegetal compreende as áreas de cerrado e cerradão, presentes principalmente nas áreas de superfície tubular do chapadão.

Algumas das espécies características da vegetação do estado são o mogno, vitória-régia, faveira, buriti, lianas, açaizeiros, pupunha, cumaru, seringueira, cedro e angelim.

Fauna

Conheça alguns dos animais característicos da fauna de Rondônia:

  • Jacamim-das-costas-verdes
  • Lebre
  • Cotia
  • Anta
  • Tucano-de-bico-amarelo
  • Curica
  • Pica-pau
  • Macaco-de-cheiro
  • Arara-azul
  • Caititu
  • Jiboia
  • Tamanduá-mirim
  • Macaco-da-noite
  • Papagaio-tuim
  • Onça-preta

Comidas típicas de Rondônia

Por conta dos altos índices de migração, a cultura rondoniense é composta por elementos de praticamente todas as outras regiões do país. Os temperos característicos do nordeste se juntaram aos preparos característicos do norte, incluindo até mesmo traços do sul e do sudeste.

Por conta da abundância de rios, os peixes estão entre os protagonistas dos pratos típicos. Ingredientes simples como a mandioca (ou macaxeira) e frutas locais também estão presentes.

  • Caldeirada de Tambaqui
  • Tacacá
  • Doce de buriti
  • Torta de cupuaçu
  • Bolo de macaxeira
  • Dourado frito
  • Cocada de castanha

Principais indicadores socioeconômicos

Conhecer os indicadores socioeconômicos de um estado é importante para traçar um panorama sobre sua realidade social. Atualmente, em Rondônia, a expectativa de vida é uma das menores do país, 71,1 anos.

Outro índice preocupante é a mortalidade infantil, onde o estado é quarto o colocado no ranking brasileiro, com 20,4% de mortes a cada mil indivíduos nascidos vivos e que não completam o primeiro ano de vida. A taxa de natalidade é de 18,4%.

Em relação a alfabetização da população, Rondônia fica em décimo terceiro lugar, com 92,1%. Apenas 5,66% dos rondonienses possuem nível superior completo.

O acesso à rede de esgoto apresenta um dos piores números. Apenas 9,6% dos município são contemplados pela rede de esgoto. Aproximadamente 7,9% da população vive em situação de extrema pobreza. A renda per capita é de R$ 957,00, a décima terceira maior.




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