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Geografia do Rio Grande do Norte para Concursos

Informações sobre o estado, relevo, clima, hidrografia, fauna, recursos minerais, economia e realidade atual muito cobradas em seleções regionais.



O Rio Grande do Norte é um dos estados que, frequentemente, lança seleções regionais por meio de concursos públicos e processos seletivos. Entre eles, editais para a Polícia Militar (PM RN) e Polícia Civil (PC RN).

A maior parte do conteúdo programático constante nestes regulamentos inclui a disciplina de Geografia e História do Rio Grande do Norte. Confira, então, um resumo sobre os principais aspectos geográficos do estado.

Detalhes sobre o Rio Grande do Norte

Localizado na Região Nordeste, o Rio Grande do Norte configura entre os 27 estados brasileiros. Com área total de 52.811.126 km², a federação dispõe de 167 municípios que abrigam cerca de 3,5 milhões de habitantes.

O estado faz limites com o Oceano Atlântico (norte e leste), Ceará (oeste) e Paraíba (sul). Conhecido como a esquina do continente, é a federação mais próxima da Europa e África. A distância entre norte e sul é de 263km, enquanto de leste a oeste é de 443 km.

Seu território abriga o Atol das Rocas, reserva biológica marinha nomeada Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Lá, o fuso horário é o -2 em relação ao Meridiano de Greenwich. No restante do estado, o fuso horário é o -3.

O estado é dividido em quatro mesorregiões e 19 microrregiões, sendo elas:

  • Agreste Potiguar: microrregiões Agreste Potiguar, Baixa Verde e Borborema Potiguar
  • Central Potiguar: microrregiões Angicos, Macau, Seridó Ocidental, Seridó Oriental, Serra de Santana
  • Leste Potiguar: microrregiões Litoral Nordeste, Litoral Sul, Macaíba, Natal
  • Oeste Potiguar: microrregiões Chapada do Apodi, Médio Oeste, Mossoró, Pau dos Ferros, Serra de São Miguel, Umarizal e Vale do Açu.

Contexto histórico de formação

A história do Rio Grande do Norte começa a partir do povoamento de seu território, iniciado pelas ondas migratórias provenientes dos Andes até chegar ao Nordeste. Caçadores e coletores primitivos deixaram suas marcas encontrados, hoje, em sítios arqueológicos.

Como exemplos, podemos citar os sítios de Mutamba e Angicos, onde são visíveis vestígios da arte rupestre em rochas e paredes de cavernas. Nos períodos próximos à chegada dos europeus, a região era habitada por povos oriundos do Paraguai e Paraná.

No interior do território, habitavam os tapuias. Acredita-se que navegadores espanhóis adiantaram-se aos portugueses e chegaram primeiro às terras do Rio Grande do Norte. Em 1501, o primeiro marco de posse colonial português foi fincado no Cabo de São Roque.

Ao longo dos séculos, sofreu invasões estrangeiras, especialmente, corsárias. Para contê-las, Portugal envia expedições a partir do ano de 1516. Em 1534, a colônia é dividida em capitanias hereditárias, entre elas, a Capitania do Rio Grande.

Após 1535, a capitania doada a João de Barros sofreu a invasão dos franceses que começaram a contrabandear pau-brasil. Porém, ficou sob o domínio espanhol após a União Ibérica, quando os franceses foram expulsos do território.

A Fortaleza dos Reis Magos foi construída com o objetivo de garantir a posse das terras e, em 1599, foi fundada a cidade de Natal. A Fortaleza foi tomada pelo holandeses em 1633, após várias investidas, chamando a construção de Castelo de Keulen.

Durante o domínio holandês, a capitania passou por diversos conflitos violentos, entre eles, a Guerra dos Bárbaros, que impediam o desenvolvimento local. A região só foi pacificada em 1695, sob o controle de Bernardo Vieira de Melo.

Em 1701, o Rio Grande é subordinado a Pernambuco e depois, à Paraíba. Em 1817, adere à Revolução Pernambucana e um governo provisório é instalado em Natal. A capitania se liberta da Paraíba em 1818 pelo Alvará Régio.

Bandeira do Rio Grande do Norte

A bandeira do Rio Grande do Norte foi instituída em 1957 durante o governo de Dinarte Mariz. é formada por duas porções – branca e verde – trazendo um brasão ao centro. As cores indicam a esperança (verde) e paz (branco).

No brasão, a flora natural é representada pelo coqueiro, carnaubeira, cana de açúcar e algodão; a pesca e a extração de sal é retratada pela jangada no mar; por fim, o amarelo remete é o fundo do brasão do estado.

População

A origem do povo potiguar está ligada à união dos povos indígenas, negros e portugueses. A influência cabocla e portuguesa é bastante visível no interior do estado, enquanto a ascendência africana é notável na zona litorânea.

Há, também, a questão da migração, especialmente, da Paraíba, com pessoas se concentrando em municípios como Coronel Ezequiel e Campo Redondo. Os gentílicos do estado são chamados de potiguares e norte-rio-grandenses.

Dados do IBGE de 2017 apontam população de 3.507.003 habitantes. O Rio Grande do Norte é o 16º estado mais populoso do Brasil e seus índices são bastante vantajosos. A federação apresenta o melhor IDH e maior renda per capita do Nordeste, além da melhor expectativa de vida da região – 75,5 anos (a nona do país).

Capital do estado

Fundada em 1818, a capital do Rio Grande do Norte é a segunda em menor área territorial, ocupando 167km². Natal tem população estimada em 888.180 habitantes. Seus gentílicos são chamados de natalenses.

O município é dividido em quatro regiões administrativas, sendo elas Norte (sete bairros), Sul (sete bairros), Leste (12 bairros) e Oeste (dez bairros). Além dos 36 bairros existe, ainda, o Parque das Dunas, que cobre área de 1.172 hectares.

Sua região metropolitana é composta por 13 municípios constituindo, então, um aglomerado de 1,5 milhão de habitantes. Banhada pelo Oceano Atlântico, tem a influência de dois rios – Potengi e Jundiaí, seu afluente. Os rios Jaguaribe e Guariju, também, cortam a cidade.

O clima de Natal é tropical chuvoso com verão seco e sua elevada luminosidade solar faz com que a cidade receba o título de Capital do Sol. A população é miscigenada e descende, em grande parte, de portugueses e indígenas.

A principal fonte econômica da cidade vem do setor terciário (comércio e prestação de serviços), seguido do secundário (complexos industriais de grande porte). Sua população urbana faz com que o setor primário tenha menor influência sobre a economia local.

Principais cidades do Rio Grande do Norte

Somadas à Natal, capital do estado, as cidades mais populosas do Rio Grande do Norte são:

  • Mossoró: 295.619 habitantes
  • Parnamirim: 254.709 habitantes
  • São Gonçalo do Amarante: 101.492 habitantes
  • Macaíba: 80.031 habitantes
  • Assu: 73.849 habitantes
  • Ceará-Mirim: 73.370 habitantes
  • Caicó: 68.222 habitantes
  • Currais Novos: 44.710 habitantes
  • São José de Mipibu: 43.995 habitantes

Relevo

O relevo do território do Rio Grande do Norte é composto por planícies no litoral, planaltos e depressões no interior. Com isso, 60% de seu território apresenta altitudes inferiores a 200m e 83% abaixo dos 300m.

No litoral, estão presentes as chamadas planícies costeiras, cuja principal característica é a presença de dunas e tabuleiros constituídos por argila. Após os tabuleiros, são encontradas as depressões sub litorâneas e o Planalto de Borborema. Outros destaques do relevo são:

  • Chapada da Serra Verde: terrenos planos e elevados
  • Depressão Sertaneja-São Francisco: terrenos baixos na região do Mato Grande
  • Chapada de Apodi: terrenos de maior altitude próximos aos Rios Piranhas, Açu, Apodi e Mossoró
  • Serra do Coqueiro: altitude de 868m acima do nível do mar localizada em Venha-Ver, município no extremo oeste. É o ponto mais alto do estado.

Quanto aos tipos de solo, no Rio Grande do Norte predominam os solos latossólicos no litoral oriental, neossólicos às margens dos rios, luvissólicos no Seridó, argilosos no Alto Oeste, chernossólicos na Chapada do Apodi e cambiossólicos nas regiões planas.

No entanto, nota-se, também, solos de mangue e planossólicos no território potiguar. Outra observação interessante diz respeito às serras que apresentam altitude superior a 700m. Seu capeamento sedimentar as faz possuir o topo plano, além de menores temperaturas.

É o caso das serras de Martins, Santana e João do Vale. Além de clima mais ameno, elas suportam maiores índices pluviométricos e vegetação densa. Além da Serra do Coqueiro, as maiores altitudes do estado estão nas seguintes formações:

  • Serra de São José – 831m
  • Serra das Queimadas – 807m
  • Serra do Martins – 760m
  • Serra do João do Vale – 739m
  • Serra Preta – 720m
  • Serra da Garganta – 719m
  • Serra da Coruja – 713m
  • Serra Negra – 711m
  • Pico do Cabugi – 590m

Geologia

A maior parte do território potiguar é constituído por rochas cristalinas do período pré-cambriano. Em seguida, vêm formações sedimentares como o arenito açu, calcário jandaíra, grupo barreiras e dunas.

Clima

O clima do Rio Grande do Norte é, predominantemente, semiárido quente devido à sua posição no Polígono das Secas. A variação climática abrange quanto todo o estado, incluindo o litoral norte. O índice pluviométrico chega a ser inferior a 700mm anuais.

A exceção vai para o Alto Oeste (zona serrana), onde a pluviosidade é superior. No litoral oriental, o clima tem características de tropical úmido, com chuvas abundantes e índices pluviométricos superiores a 1.000 mm anuais.

A classificação geral do clima no Rio Grande do Norte é:

  • Clima Semiárido: compreende o interior do estado, prolongando-se a oeste o litoral setentrional. Com isso,  representa 57% do território com excedente de água inferior a 40mm entre março e abril
  • Clima Semiárido Rigoroso: concentrado na parte central e litoral setentrional, prolongando-se até o extremo sul do Estado. Compreende 18% da superfície e não apresenta excedente de água o ano todo
  • Clima Sub-Úmido Seco: Agreste e parte do oeste do estado, contemplando 20% do território. O excedente de água varia de 150 a 450mm entre março e junho
  • Clima Úmido: ocorre no litoral oriental e representa 5% da área estadual. Em Natal, o excedente de água é de 1 040mm entre fevereiro e julho

Vegetação

Ao longo de toda a sua extensão, o Rio Grande do Norte carrega vegetação dos tipos caatinga (a maior parte do estado), cerrado, florestas ciliares e de serra, Mata Atlântica, manguezais, além da típica de praias e dunas.

A vegetação potiguar é marcada pelo fim da floresta tropical ao leste com espécies que ocupam uma pequena porção do estado. Essa formação separa a zona úmida do sertão. Na costa, surgem manguezais e vegetação litorânea, bem como dunas e restingas.

Porém, a vegetação predominante é a caatinga, especialmente na região do Seridó, onde suas espécies carregam feições subdesérticas. O cerrado aparece no interior do continente, junto aos tabuleiros costeiros mais próximos ao litoral.

São típicas espécies da flora potiguar:

  • Aroeira
  • Jatobá
  • Gameleira
  • Mulungu
  • Marmeleiro
  • Maçaranduba
  • Pau-ferro
  • Pau-brasil
  • Sapucaia
  • Peroba
  • Orquídeas
  • Amescla
  • Sucupira
  • Pereiro
  • Carnaúba
  • Cajueiro

Unidades de Conservação

Face ao cenário de destruição de sua vegetação natural pela ação humana, acelerando processo de desertificação e enfraquecimento, foram criadas unidades de conservação para proteger a biodiversidade ameaçada.

Tais unidades incluem áreas de proteção ambiental (APA), reservas de desenvolvimento sustentável, parques estaduais e nacionais, além de reservas particulares do patrimônio natural. Ao todo, são 238 mil m² de área, o que corresponde a 4,5% do território.

Fauna

A fauna do Rio Grande do Norte é variada e entre os animais mais comuns do estado podemos citar:

  • Mariposa Castnia Invaria
  • Beija-flor de barriga branca
  • Besourinho de bico vermelho
  • Garça branca gigante
  • Aranhas
  • Ortalis
  • Galo-de-campina
  • Beija-flor
  • Sagui
  • Suçuarana
  • Ema
  • Gambá
  • Suçuarana
  • Cobra-coral
  • Gato-maracajá
  • Gambá
  • Bugio
  • Calango
  • Juriti
  • Cobra-coral
  • Corrupião
  • Tatu-peba
  • Preá
  • Águia-chilena (gavião-pé-de-serra)
  • Mocó (roedor)
  • Morcegos
  • Tatu-galinha

Hidrografia

A hidrografia do Rio Grande do Norte é constituída por rios perenes e temporários, além de açudes, barragens e lagoas. O território potiguar está localizado sobre a região hidrográfica do Atlântico Nordeste Oriental.

No total, são dezesseis bacias hidrográficas cortando todo o estado, sendo elas:

  • Rios Apodi/Mossoró
  • Boqueirão
  • Catu
  • Ceará-Mirim
  • Curimataú
  • Doce
  • Guaju
  • Jacu
  • Maxaranguape
  • Piranhas/Açu
  • Potengi
  • Pirangi
  • Punaú
  • Trairi
  • Faixas litorâneas norte
  • Leste de escoamentos difusos

Seus dois maiores rios são o Piranhas/Açu e o Apodi/Mossoró. Os dois desaguam no Oceano Atlântico e nascem nas Serras de Piancó (PB) e da Queimada, respectivamente. Ambos correspondem a 90% da reserva hídrica de todo o estado.

Porém, destacam-se os rios Curimataú, Jacu, Jundiaí, Potengi, Seridó e Trairi, além das reservas subterrâneas do litoral. A Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, por sua vez, é o principal reservatório do estado e está localizada no município de Assu.

É importante, também, relevar a importância representada pelas adutoras, cujas características incluem levar água potável para os municípios em uma extensão aproximada a 1.000km.

As principais adutoras do estado são Serra de Santana, Trairi, Mossoró, Médio Oeste, Sertão Central-Cabugi. Ainda no sentido do fornecimento de água, há o projeto de Transposição do Rio São Francisco.

Trata-se do deslocamento das águas do rio e direcioná-las à região semiárida nordestina. O projeto prevê levar água vários municípios afetados pela seca. Entre os benefícios, estão abastecimento, produção de alimentos e redução da mortalidade do rebanho.

No entanto, as críticas que permeiam o projeto dizem respeito aos possíveis impactos ambientais causados, a exemplo da poluição de reservatórios da região, alteração do ecossistema e possibilidade de salinização dos rios receptores.

Recursos Minerais

Os principais recursos minerais encontrados no Rio Grande do Norte são calcário, tungstênio, mármore, berílio e gipsita.

Economia

Atualmente, a economia potiguar baseia-se no comércio, indústria têxtil e agroindústria. Ademais, o turismo é um de seus grandes motores, gerando mais de 100 mil empregos diretos, além da influência em mais de 54 pontos da cadeia produtiva.

O destaque na agricultura é a fruticultura irrigada (banana, mandioca, abacaxi, coco da baía, melão), pecuária e carcinocultura. O estado desponta, ainda, como grande exportador de crustáceos, além da exploração de sal mineral, gás natural e petróleo terrestre.

Cerca de 95% do sal brasileiro é explorado no estado. A atividade industrial está, em sua maior parte, concentrada na região metropolitana de Natal. Além da indústria têxtil e agroindústria, merece destaque a automobilística.

Os visitantes se concentram, não só no s 400km de litoral mas, em suas dunas e cavernas. São atraídos, também, pelas belezas naturais, patrimônio histórico, festas típicas e festivais gastronômicos que acontecem no estado.

O artesanato é uma das principais fontes de renda das populações ribeirinhas e do interior potiguar. Herança dos portugueses, a renda de bilro é encontrada sob diversas formas, inclusive, trançadas em pequenas almofadas.

Culinária Típica

A culinária potiguar é uma das mais representativas do Nordeste e mistura influências portuguesas e indígenas. Um dos pratos mais conhecidos da região é a carne de sol com macaxeira, além do siri cozido com queijo coalho na manteiga.

As frutas da região, também, são marcantes, como mamão, coco, goiaba e caju. Muitas vezes são, também, servidas com manteiga ou queijo coalho.

Realidade atual e principais problemas

O Rio Grande do Norte enfrenta problemas ambientais relacionados à ação humana. Desertificação, erosão do solo, poluição dos rios e desmatamento são refletidos na escassez da vegetação natural do estado.

Outra forte questão enfrentada pela população é a violência. Entre 2017 e 2018, o estado assistiu a uma onda de violência ocasionada pela greve dos policiais militares, com depredações, arrombamentos, roubos e homicídios.

O governo chegou a decretar situação de calamidade na segurança pública perante as mais de três semanas de paralisação.




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