Palco de muitos acontecimentos decisivos em muitos momentos da história brasileira, no estado da Paraíba, anualmente são publicados uma série de editais de concursos públicos e processos seletivos.
Sejam eles estaduais ou municipais, o fato é que a presença da matéria de geografia da Paraíba é recorrente nos editais. Sendo assim, os candidatos precisam estar sempre preparados, e mais, com o conteúdo na ponta da língua.
Sendo assim, sintetizamos os principais conteúdos do tema, para que os candidatos encontrem em único local tudo aquilo que precisam para manter a matéria de geografia da Paraíba para concursos públicos sempre em dias. Confira!
Contexto histórico e formação de território da Paraíba
Antes mesmo da chegada do portugueses ao Brasil o território que hoje compreende o estado da Paraíba já era povoado, principalmente pelos índios tabajaras e potiguaras.
A partir de 1532 o país começou a ser colonizado, mas foi somente em 1534 que o território foi dividido em capitanias hereditárias. Praticamente toda a extensão do estado paraibano pertencia à Capitania de Itamaracá, cujo dono era Pero Lopes de Sousa.
A colonização da Paraíba, de fato, só começou a se efetivar em meados de 1580, já durante o período da União Ibérica. A extração de pau-brasil na região já era intensa, e por isso, despertava ambições em diversas nações europeias.
O povoado Ilha da Camboa, que estava localizado às margens do rio Paraíba, marca o início da colonização do território, entretanto em 1581 ele foi completamente destruído por piratas franceses.
Em 1585, com o objetivo de combater os ataques inimigos, João Tavares construiu o Forte de São Felipe na foz do Rio Paraíba. Mais ao interior do rio, no mesmo período, a cidade de Filipéia registrou um crescimento notório.
Assim como boa parte da região nordeste, em 1634 a Paraíba foi invadida pelos holandeses, que permaneceram no local por mais de 20 anos, partindo após André Vidal de Negreiros os expulsar.
Somente em 1684 é que a Paraíba foi elevada ao posto de capitania. Porém, em 1753 novamente ficou subordinada a Pernambuco, separando-se somente em 1799.
No estado da Paraíba aconteceram importantes momentos da nossa história. Além disso, em 1817 seus habitantes tiveram uma atuação extremamente importante na Revolução Pernambucana e Confederação do Equador.
Outro ponto fundamental é que um dos primeiros passos para a Revolução de 1930, que colocou Getúlio Vargas no poder, foi dado no território. Naquele ano, seu governador, João Pessoa, candidato a vice-presidente da República na chapa de Getúlio Vargas, foi assassinado.
No mesmo ano a capital do estado foi rebatizada, e passou a levar o nome do político, João Pessoa.
Detalhes sobre o estado da Paraíba
Um dos estados do Nordeste, o estado da Paraíba é representado pela sigla PB. O gentílico do estado é o paraibano. Com uma área de 6.469,744 km2, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado tem como limítrofes, além do oceano Atlântico ao leste, os seguintes estados:
- Norte: Rio Grande do Norte
- Sul: Pernambuco
- Oeste:Ceará
O território está dividido em 223 municípios, sendo que estes são subdivididos em 15 regiões geográficas imediatas e quatro regiões geográficas intermediárias.
João Pessoa e as principais cidades
A capital da Paraíba é a cidade de João pessoa. De acordo com o IBGE, em 2017 ela contava com 811.598 habitantes, ou seja, é a oitava cidade mais populosa da região nordeste. Ela foi fundada em 1585, com o nome de Filipéia de Nossa Senhora das Neves.
A região metropolitana, além de João Pessoa, é formada, ainda, por mais onze municípios, totalizando uma população de 1.253.930 pessoas. É tida como uma das capitais com melhor qualidade de vida e menor desigualdade do nordeste do país.
Curiosamente, a cidade também é chamada de “Porta do Sol”. Isso porque no município está situada a Ponta do Seixas, que é considerado o ponto mais oriental das Américas, o que faz com as pessoas digam que João Pessoa é o local “onde o sol nasce primeiro no continente americano”
Além da capital, outras cidades importantes para o estado são:
- Campina Grande
- Paraíba
- Patos
- Bayeux
- Cajazeiras
- Catolé do Rocha
- Triunfo
Bandeira da Paraíba
A bandeira da Paraíba foi adotada em 25 de setembro de 1930 e oficializada em 1965, vigorando até hoje. Um terço dela possui a cor preta, que representa os dias de luto em decorrência do governador do estado, João Pessoa, em em 1930.
Os outros dois terços possuem a cor vermelha, em representação à Aliança Liberal. Nesta parte, está escrito a palavra “NEGO”, na cor branca. A palavra é a conjugação do verbo “negar” no presente do indicativo da primeira pessoa do singular.
A negação diz respeito a aceitação do sucessor à presidência da república indicado por Washington Luís, presidente no Brasil na época.
População
Apesar de ser o vigésimo país em extensão territorial, a Paraíba figura entre os mais populosos, ocupando a décima quarta posição no ranking brasileiro. De acordo com dados do IBGE, em 2014 a população era de 4.025.558 habitantes, o que gera uma densidade demográfica de 71,29 hab/km².
Confira alguns dos números de importantes indicadores socioeconômicos do estado:
- Expectativa de vida: 72,9 anos – 19º colocado no Brasil
- Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,658 (médio) – 23º do Brasil
- Alfabetização: 79,8% – 25º colocado no país
- Índice de mortalidade infantil: 17% – 13º estado do Brasil
Economia
Na economia paraibana há grandes destaques na agricultura, pecuária, mineração e indústrias. Entretanto, agricultura é a principal atividade econômica do estado, sendo que a cana-de-açúcar e as indústrias que a processam constituem a área de maior relevância no setor.
Ainda na agricultura, destacam-se o feijão, abacaxi, mandioca, milho, sisal e algodão arbóreo.
Na pecuária, a criação de gado está presente em boa parte do estado. No vale do rio Curimataú estão localizados os maiores rebanhos de bovinos. Há, ainda, no extremo oeste, criação de ovelhas, cabras, porcos, cavalos e asnos.
As indústrias mais importantes são as têxteis, enquanto na mineração, prevalece o extrativismo de bentonita, calcário, ouro, bauxita, berilo, chumbo, ferro, cristal de rocha, mármore, granito, entre outros .
Relevo
O relevo da Paraíba é constituído majoritariamente por rochas resistentes antigas, que remetem à era pré-cambriana. O complexo formado por elas é favorável à formação de metais metálicos, não metálicos e gemas.
Conheça as principais classificações do relevo paraibano quanto às regiões:
- Litoral: prevalece Planície Litorânea, formada pelas praias e terras arenosas.
- Região da Mata: maior incidência tabuleiros, formados por acúmulos de terras que descem de lugares altos.
- Agreste: depressões que ficam entre os tabuleiros e o Planalto da Borborema, com inúmeras serras, como por exemplo, a Serra de Teixeira.
- Sertão: depressão sertaneja que se estende do município de Patos até após a Serra da Viração.
Planalto do Borborema
Este é o planalto mais representativo de toda a região nordeste. Além da Paraíba, ele se estende pelos estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Alagoas. No estado da Paraíba, em especial, uma de suas cidades mais importantes, Campina Grande, está localizada nele.
O Planalto do Borborema influencia diretamente em muitos pontos, como por exemplo o clima, hidrografia e relevo. A altitude das serras e chapadas que o compõem varia entre 300 e 800 metros.
Clima
O estado da Paraíba possui grande variação climática. No território há três climas distintos:
Tropical úmido: é o predominante na baixada litorânea e no rebordo oriental da Borborema. As temperaturas médias anuais variam entre 24ºC nas áreas de baixada e 22ºC no topo do planalto. Em relação à pluviosidade, na costa, o índice ultrapassa dos 1.500mm, enquanto no rebordo do Borborema ele gira em torno de 800mm. Contudo, nas proximidades do município de Areia o índice volta a subir, ficando em 1.400mm.
Semi-árido quente: com exceção da margem oriental, o clima semi-árido está presente em todas as regiões que compreendem o planalto. Nestes locais, os índices de pluviosidade são extremamente reduzidos. A variação fica em torno de 600mm, porém, há locais em que os índices pluviométricos não passam de 300mm. O menor número de todo o nordeste é na cidade de Cabeceiras, com 278mm. Nos lugares onde o clima semi-árido é predominante, em alguns anos não há chuvas, o que provoca secas rigorosas.
Tropical com chuvas de verão: a predominância deste clima ocorre na área rebaixada do peneplano ocidental. Há mais chuvas do que no clima semi-árido, mas em menor quantidade do que no tropical úmido. A pluviosidade fica em torno de 800mm anuais, como o nome indica, no verão. As temperaturas são bastante elevadas, com médias anuais de 26ºC.
Vegetação
Assim como o clima, a formação vegetal da Paraíba também possui muitas variações, sendo que três são as principais: floresta tropical, agreste e caatinga. A maior parte do território paraibano, mais de 80%, é coberta pela caatinga.
A floresta tropical se sobressai na baixada costeira e na escarpa do Borborema. Já o agreste surge nos locais de transição entre o clima semi-árido e tropical úmido. Este é caracterizado principalmente por ser uma vegetação intermediária, com espécies tanto da caatinga, quanto da floresta.
Embora haja muitas variações, os recursos provenientes da vegetação da Paraíba são bastante limitados. Um dos fatores que mais contribuem para isso são as características climáticas, principalmente pela alta incidência de estiagens, o que não possibilita grande diversidade na flora.
Algumas das espécies vegetais características da Paraíba são o xiquexique, mandacaru, mangaba, angico, peroba, aroeira, tatajuba, oiticica e cajueiro.
Fauna
Veja alguns dos animais que fazer parte da fauna característica do estado da Paraíba:
- Galo-de-campina
- Pomba-do-bando
- Tipio
- Jabuti-piranga
- Anambé-de-asa-branca
- Gato-do-mato
- Caboclinho
- Peixe-boi
Hidrografia
Os rios da Paraíba fazem parte da Bacia do Atlântico Nordeste Oriental. Somente aqueles com nascentes na Serra da Borborema e na Planície Litorânea são perenes. Eles fazem parte de dois setores: os rios sertanejos e os rios litorâneos.
Os primeiros correm rumo ao norte e desaguam no litoral do Rio Grande do Norte. Entre estes, o que mais se destaca é o rio Piranhas, que nasce na divisa com o Ceará, mais precisamente na Serra do Bongá.
Ele é extremamente importante para o sertão, uma vez que é fundamental para a irrigação das terras do sertão.Outros rios importantes são os afluentes do Piranhas: rio Espinhara, rio do Peixe, e o rio Piancó.
Já os rios litorâneos nascem na serra da Borborema e correm para o litoral paraibano, desaguando, portanto, no Atlântico. O mais importante deles é o de mesmo nome que o estado, o rio Paraíba. Ele é o maior rio do estado e Serra de Jabitacá. Seu curso tem mais de 350 km.
Além dele, outros rios litorâneos que merecem destaque são o Mamanguape e o Curimataú.
Comidas típicas da Paraíba
A culinária típica do estado da Paraíba guarda muitas semelhanças com o estado vizinho, Pernambuco. Ambos possuem grande influências indígenas e africanas. Produtos como mandioca, milho e feijão verde são base para muitas iguarias.
Por conta dos longos períodos de estiagem, a carne bovina é consumida em menor quantidade, por isso, o consumo da carne de outros animais, a exemplo do bode, é muito comum. Confira alguns exemplos de comidas típicas da Paraíba:
- Baião de dois
- Beiju ou tapioca
- Arrumadinho
- Arroz doce
- Queijo coalho
- Feijão verde
- Cabeça de galo
- Buchada de bode
- Carne de sol
- Canjica ou mungunzá
- Cuscuz
Principais desafios e problemas do estado da Paraíba
Assim como muitos estados brasileiros, na Paraíba há índices consideráveis de violência. Contudo, no estado destacam-se negativamente as taxas de violência contra a mulher.
Segundo reportagem do portal G1, publicada em 07 de agosto de 2018, no estado, a cada cinco horas, um homem suspeito de agressão contra mulheres é denunciado pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB).
Outro desafio do estado é em relação à Educação. Há baixas de servidores e a infraestrutura das escolas carece de melhorias significativas. Além disso avaliação nacional aponta deficiências na leitura, escrita e matemática em alunos paraibanos.