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Geografia de Alagoas para Concursos

Veja quais são as principais características geográficas do estados, atividades econômicas e muitas curiosidades.



Em meio aos editais de concurso público, principalmente os estaduais e municipais, não é raro encontrar no conteúdo programático a matéria de geografia, cobrada principalmente no âmbito regional.

Para os alagoanos que estão se preparando para ingressar em carreiras públicas, o Edital Concursos Brasil elaborou este artigo com os principais tópicos a respeito da geografia de Alagoas para concursos públicos.

Contexto histórico e formação do território

A história do território de Alagoas começa, antes mesmo da chegada dos portugueses no Brasil. De acordo com dados do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico (Iphan), os indícios de presença humana no território onde está localizado o território datam de aproximadamente 3.500 anos.

Já no século XVI, no momento da chegada dos portugueses, quem habitava o local eram os índios caetés. Em 1501, Gonçalo Coelho, juntamente com seus expedicionários,  foram os primeiros europeus a visitar as terras. Já o primeiro português que se tem notícia a adentrar o local foi Duarte Coelho, por volta de 1535.

No final daquele século, a maioria do território alagoano eram propriedade de Garcia d’Ávila. De acordo com os registros históricos, em 1590 foi fundado o povoado de Porto Caldo, e em 1611, o povoado de Lagoa do Sul, atual Marechal Deodoro.

Assim como os demais estados nordestinos, que tiveram a economia baseada, inicialmente, nos engenhos de açúcar, Alagoas, logo se estabeleceu como um polo de produção açucareira. Paralelo a isso, a principal atividade era a criação de gado.

A partir do século XVII, teve início a formação do Quilombo dos Palmares. Escravos fugidos de todas as regiões do nordeste se abrigavam lá. É um importante símbolo de resistência dos negros escravizados no Brasil. Foi destruído em 1694.

Em 1711, foi instalada a comarca de Alagoas, sediada na vila de Alagoas, que ainda estava subordinada a Pernambuco. Poucos anos depois, já existia o povoado de Maceió, construído nos arredores de um engenho, cujo nome era Massayó.

Alagoas só desmembrou-se de Pernambuco em 1817, depois da Revolução Pernambucana. Sebastião Francisco de Melo e Póvoas, o primeiro governador da capitania, assumiu o posto em 1819.

Somente em 1839 é que a capital foi transferida de da cidade de Alagoas, atual Marechal Deodoro, para Maceió, justamente em função do grande desenvolvimento econômico que a região apresentava.

Principais características do estado de Alagoas

Alagoas (AL) é um estado da região nordeste brasileira, que figura como o segundo menor estado do Brasil, ficando atrás, apenas de seu vizinho, Sergipe. Sua área é de 27.848,158 km² e faz divisa com os estados de Pernambuco, Sergipe e Bahia.

No total, a unidade federativa é composta por 102 municípios divididos em 13 microrregiões:

Agreste Alagoano

  • Arapiraca
  • Palmeiras dos Índios
  • Traipu

Leste Alagoano

  • Litoral Norte Alagoano
  • Maceió
  • Mata Alagoana
  • Penedo
  • São Miguel dos Campos
  • Serrana dos Quilombos

Sertão Alagoano

  • Alagoana do Sertão do São Francisco
  • Batalha
  • Santana do Ipanema
  • Serrana do Sertão Alagoano

Bandeira de Alagoas

Um dos símbolos oficiais do estado de Alagoas, a bandeira foi criada em 1963. O brasão, localizado ao centro, significa as primeiras cidades, Porto Calvo e Penedo, assim como os principais produtos agrícolas, o algodão e cana-de-açúcar.

As cores de suas faixas, vermelho, branco e azul, também presentes no brasão do estado, remetem aos ideais da revolução francesa: liberdade, igualdade e fraternidade.

População

De acordo com dados do censo demográfico de 2010, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado de Alagoas tem 3.120.494 habitante. Sua densidade demográfica é de 112,3 habitantes por quilômetro quadrado, o que o coloca como o quarto estado neste quesito.

A maioria da população, aproximadamente 73,6% vivem em zonas urbanas, os demais, 26,4%, estão na zona rural do estado. A expectativa de vida dos alagoanos, em média, é de 66 anos.

Em relação Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), Alagoas registra o pior número entre os estados do Brasil, com média de 0,677.

Maceió

A capital de Alagoas é Maceió. Fundado em 5 de dezembro de 1815, é também a cidade mais populosa do estado, com 1.029.129 habitantes.

Em 2002, foi escolhida por um júri internacional como a Capital Americana da Cultura. Além da diversidade cultural, detém o título de “Caribe Brasileiro” por conta de suas praias de águas cristalinas, que atraem turistas do mundo todo.

Principais cidades

Além de Maceió, figuram como cidades importantes do estado de Alagoas:

  • Arapiraca
  • Rio Largo
  • Penedo
  • Palmeira dos Índios
  • União dos Palmares

Relevo

Em relação ao relevo, este é predominantemente baixo. Justamente porque o estado está localizado na Bacia Sedimentar de Alagoas. Ele pode ser dividido em  planalto, ao norte, planície litorânea, a leste e depressão no centro-oeste.

O ponto mais alto do estado está situado no extremo oeste alagoano, e é a Serra da Onça. Por muito tempo a Serra de Santa Cruz ocupou este ponto, entretanto, estudos recentes mostraram que a Serra da Onça possui 1.016 metros, enquanto a outra, tem apenas 886 metros.

Mas vale ressaltar, que a altitude do território, em média, não ultrapassa os 300m. Cerca de 86% fica abaixo deste número e 61% abaixo de 200m. Apenas 1% ultrapassa os 600m, como é o caso dos locais supracitados.

Em relação a morfologia, podemos encontrar cinco variações:

  • Baixada litorânea
  • Colinas e morros argilosos
  • Pediplano
  • Encosta meridional do planalto da Borborema
  • Planícies aluviais (várzeas)

Clima

O clima de Alagoas é tropical atlântico por conta de sua localização, próxima ao mar e entre os trópicos. No sertão alagoano há poucas incidência de chuvas, em contraposição ao leste, onde há maior incidência de chuvas.

De modo geral, o clima do estado pode ser dividido em semiárido no centro e a oeste, úmido em Maceió e no extremo norte e subúmido ao leste. Já a temperatura média do estado fica entre 21ºC e 27ºC.

Ainda que seja possível estabelecer uma média, as temperaturas oscilam muito em todo o estado. Enquanto no litoral as temperaturas máximas ficam na casa dos 28ºC, no sertão, elas, facilmente, ultrapassam os 33ºC.

Vegetação

Assim como o clima, a vegetação de Alagoas varia muitos conforme cada região do estado. Na porção litorânea são mais comuns os mangues e as lagoas. No oeste, onde fica localizada a parte mais árida, a predominância é da caatinga.

O agreste, por sua vez, ainda guarda resquícios da Mata Atlântica, juntamente com a vegetação litorânea e a caatinga. Estima-se que antes da interferência humana a Mata Atlântica estava presente em praticamente todo o território alagoano, inclusive no território árido do interior.

Na parte litorânea chamada Zona da Mata há mais indícios de restingas e manguezais. No clima quente e seco do oeste a caatinga é a vegetação predominante.

Com o intuito de proteger todas as riquezas naturais do estados, foram criadas uma série de áreas de proteção, entre as que mais se destacam, podemos citar:

  • Estação Ecológica de Murici
  • Parque Municipal de Maceió
  • Reserva Biológica da Pedra Talhada
  • Parque Municipal da Pedra do Sino
  • Monumento Natural do Rio São Francisco

Entre as principais espécies da flora, é possível citar o cedro, bromélia, aroeira, ipê, begônia, mangaba, barbatimão, ingazeiro e begônia.

Fauna

Entre os principais animais encontrados no estado de Alagoas, destacamos alguns na listagem abaixo:

  • Anu-preto
  • Bem-te-vi
  • Bicho-preguiça
  • Cotia
  • Fura-barreira
  • Gato-do-mato
  • Iguana
  • Jiboia
  • Lagarto
  • Mutum-do-nordeste ou mutum-de-alagoas (pássaro considerado o símbolo de Alagoas)
  • Quati
  • Sabiá-da-mata
  • Sagui
  • Tatu
  • Teiú
  • Xexéu

Hidrografia

A nascente de praticamente todos os rios de Alagoas está no planalto da Borborema. A maior parte deles deságua no rio São Francisco ou o curso segue diretamente para o mar. Além do próprio São Francisco, figuram como importantes rios o Paraíba do Meio e o Mundaú.

Uma curiosidade relacionada ao nome do estado, é que ele se chama Alagoas justamente por conta da quantidade de lagos que existem no território.

Economia

No que diz respeito à economia, Alagoas tem três frentes principais de atuação:

Indústria: entre as principais atividades industriais, que são bastante amplas, está a produção de alimentos, em especial, o açúcar. Além disso, o estado é o maior produtor de Amianto do Brasil, este, extraído do Jirau do Ponciano. Há ainda alta produção de petróleo e gás natural

Agricultura: grande parte da população economicamente ativa de Alagoas está empregada neste setor, principalmente na Zona da Mata. Os produtos de maior destaque são a cana-de-açúcar, arroz e coco. Há, ainda, pequenas lavouras no agreste, que abastecem, em maior quantidade, o mercado interno.

Turismo: todos os anos, milhares de visitantes de todo o Brasil e do mundo vão visitar o Alagoas, principalmente a cidade de Maceió. Além das praias, há inúmeras lagoas onde estão instalados parques recreativos. A cidade de histórica de Penedo também atrai muitos turistas por guardar um expressivo patrimônio artístico nas igrejas do século XVII.

Culinária típica

A culinária alagoana guarda muitas semelhanças com as comidas nordestinas, de modo geral, por conta da área litorânea, a presença de peixes e frutos do mar é muito marcante. Em meio a grande diversidade, é possível citar alguns pratos, sendo eles o sururu de capote, siri mole ao coco, pituzada, umbuzada sertaneja e batata doce com leite de coco.

Problemas atuais de Alagoas

O estado registra, atualmente,  uma série de problemas econômicos. Além de possuir o menor IDH entre os estados brasileiros, o estado tem a maior taxa de mortalidade infantil do país. A cada mil crianças nascidas vivas, 46,4 morrem antes de completar um ano de vida. Este número é mais do que o dobro da média nacional, que é de é de 22.

Outro problema está relacionado aos altos índices de analfabetismo. Alagoas tem o maior taxa de analfabetismo do Brasil, com 24,6%. Se for considerado o analfabetismo funcional, este número sobe para 36,5%.

Além disso, a questão do saneamento básico é preocupante. Apenas 20% dos domicílios possuem rede de esgoto.

Os números relacionados a violência também não são muito animadores. De acordo com o Atlas da Violência de 2018, o estado tinha a segunda pior taxa de homicídios do país, em 2016. Naquela época, eram 54,2 mortos por 100 mil habitantes.




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