Se você é pernambucano e estuda para concursos públicos, certamente já se deparou com a matéria de Geografia de Pernambuco. Englobando uma série de temas, o assunto pode ser cobrado em provas de diversas maneiras e com diferentes abordagens.
Essas matérias são muito comuns em seleções regionais, ou seja, os concursos e processos seletivos realizados pelo município e estado de Pernambuco. Abaixo, traçamos os principais momentos históricos dos estados, assim como vários assuntos pertinentes a Geografia de Pernambuco para concursos.
Contexto histórico e formação do território de Pernambuco
Depois da Bahia e do Rio de Janeiro, Pernambuco é o estado brasileiro com o maior participação na história do Brasil, talvez por ser um dos mais antigos do país. Foi em 1501 que a primeira expedição portuguesa chegou ao local, coordenada por Gonçalo Coelho, com a companhia de Américo Vespúcio.
A partir de 1534, a Coroa dividiu o território do Brasil em diversas capitanias hereditárias e no ano seguinte, seu donatário, Duarte Coelho, se estabeleceu no local. Data de 1537 a fundação das vilas de Olinda e Igarassu. Esse sistema foi um completo fracasso, entretanto, a capitania de Pernambuco foi uma das únicas que prosperou.
A princípio ela era bem maior do que o território conhecido hoje, englobando os atuais estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas, Ceará e parte da Bahia.
Por conta do clima e do solo favoráveis ao plantio de cana-de-açúcar, logo foram instalados na capitania diversos engenhos, que eram movimentados principalmente pela mão de obra escrava. Logo Pernambuco se tornou o responsável por mais de metade das exportações de açúcar do Brasil.
Essa ascensão econômica logo despertou ambições em outras nações europeias, aqui, em especial os holandeses. Primeiro, em 1624, eles invadiram a Bahia, porém, aproximadamente um ano depois foram expulsos ação de uma armada de portugueses e espanhóis por conta da União Ibérica.
Eles tornaram a voltar ao Brasil em 1630, e dessa vez invadiram Recife e Olinda, na capitania de Pernambuco, onde ficaram até 1654. Até 1645 eles tiveram o total domínio da região, até a eclosão da Insurreição Pernambucana. O conflito que lutava contra a soberania holandesa durou por mais de dez anos, até que eles se renderam.
O domínio conquistado ficou conhecido como Brasil-holandês, e a partir da chegada do governador Maurício de Nassau, em 1637, o local experimentou imenso desenvolvimento.
Entre este período, até a Proclamação da República, Pernambuco registrou uma série de conflitos, estes, estão listados abaixo. A partir daí os esforços se voltaram para infraestrutura e desenvolvimento industrial, de modo que em 1960 Recife era a terceira maior cidade do Brasil.
Principais acontecimentos históricos
- Guerra dos Mascates (1710-1711)
- Revolução Pernambucana (1817)
- Confederação do Equador (1824)
- Revolução Praieira (1848)
Sobre o estado de Pernambuco
Representado pela sigla PE, Pernambuco é um dos estados dos estados brasileiros que está localizado na região centro-leste do nordeste. Seu gentílico é o pernambucano.
Além do oceano Atlântico a leste, seus estados limítrofes são:
- Norte (N) – Paraíba
- Noroeste (NO) – Ceará
- Sudeste (SE) – Alagoas
- Sul (S) – Bahia
- Oeste (O) – Piauí
Pernambuco, também chamado de “Terra dos Altos Coqueiros” e “Terra Abençoada”, tem 185 municípios, divididos em 17 regiões geográficas imediatas e quatro regiões geográficas intermediárias: Recife, Caruaru, Serra Talhada e Petrolina.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a área do estado é de 98.149,119 km², o que o coloca como o décimo nono em extensão territorial no país.
Recife e as principais cidades
A capital e também a cidade mais importante de Pernambuco é Recife. Fundada em 1537 ela é uma das cidades mais antigas do Brasil. Atualmente é a mais populosa do estado, com 1.633.697 habitantes.
É a quarta capital brasileira na hierarquia da gestão federal, após Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Exerce forte influência direta sobre três capitais em um raio de 300km: João Pessoa, Maceió e Natal.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da cidade é de 0,772, número que é considerado elevado, além de colocá-la como a melhor colocada de todo o nordeste.
Já o PIB, em 2014, era de R$ 48.032.462,96 mil, deixando a capital como a décima colocada entre as demais unidades federativas.
Além de Recife, as maiores cidades de Pernambuco, em população, são:
- Jaboatão dos Guararapes – 695.956 habitantes
- Olinda – 390.771 habitantes
- Caruaru – 356.128 habitantes
- Petrolina – 343.219 habitantes
- Paulista – 328 353 habitantes
- Cabo de Santo Agostinho – 204.653 habitantes
Bandeira de Pernambuco
Uma curiosidade a respeito da bandeira do estado de Pernambuco, é que ela permanece a mesma usada na Revolução Pernambucana de 1817, tendo sido oficializada na comemoração do centenário do acontecimento.
Contudo, o significado de seus componentes, a partir de 1917 foram alterados. Atualmente, o azul do retângulo superior simboliza a grandeza do céu pernambucano e o branco representa a paz.
O arco-íris representa a união de todos os pernambucanos, a estrela representa o estado no conjunto da Federação. Já o sol, é a força e a energia de Pernambuco, enquanto a cruz significa a fé na justiça e no entendimento.
População
Pernambuco é o segundo estado mais populoso do nordeste, ficando atrás apenas da Bahia. Nacionalmente é o sétimo mais populoso. De acordo com a estimativa de 2015 do IBGE, a população do estado é de 9.345.173 habitantes.
A densidade demográfica do estado é de 96,52 hab./km² e os locais com maior concentração populacional são a região metropolitana de Recife e a Zona da Mata.
É o estado mais feminino do nordeste, e o segundo do país. Mais da metade da população, 52,28%, é composta de mulheres. Mais de 81% dos indivíduos vivem na zona urbana. Cerca de 59% da população de considera parda, enquanto 33,29% se considera branca, 6,80%, preta, 0,62% indígena e 0,21% amarela.
Economia
A economia de Pernambuco concentra-se principalmente na agricultura, pecuária e indústria. A cana-de-açúcar é um dos produtos notórios desde o período colonial. Hoje o estado é o segundo maior produtor de todo o Brasil.
Na agricultura local também destacam-se o algodão, tanto o herbáceo quanto o arbóreo, mandioca, feijão, milho e banana. Na várzea do São Francisco sobressai a cebola e em Garanhuns o caju e o café.
A pecuária pernambucana evidencia-se no sertão, com grandes rebanhos de bovinos, caprinos, suínos, ovinos, muares e equinos. A produção de leite é maior no agreste, que é o responsável por mais da metade de toda a produção estadual.
O estado conta com um moderno parque industrial, beneficiado principalmente pela estrutura do porto de Recife e do complexo industrial e portuário de Suape. Destacam-se as indústrias alimentícias, onde a produção de açúcar é o carro-chefe, a têxtil, a química e a transformação de minerais não-metálicos.
Relevo
Em Pernambuco podemos encontrar os três principais tipos de relevo da formação geomorfológica presentes no território brasileiro:
- Planície litorânea (litoral)
- Planalto (Zona da Mata e agreste pernambucano)
- Depressão (sertão pernambucano)
O litoral é marcado por poucas variações morfológicas e praias e planícies estuarinas onde desaguam uma série de rios. Nas desembocaduras fluviais há formação de manguezais em função da característica argilosa dos locais.
A parte norte do litoral apresenta a mesma estrutura até João Pessoa, originando, então a Bacia Pernambuco-Paraíba. Já no sentido sul, o tectonismo originou a Bacia do Cabo, composta majoritariamente por rochas sedimentares e vulcânicas.
A Zona da Mata tem como característica principal o domínio morfoclimático dos Mares de Morros, onde as colinas onduladas separam o litoral da região do agreste. Este local é chamado de Piemonte Oriental do Borborema, uma vez que seus limites são as Encostas Orientais da Borborema.
Essas colinas recebem influência direta dos ventos alísios, que contribuem com os processos de erosão. No topo delas, é possível avistar as coberturas que constituem a Formação Barreiras.
No interior do território, na região compreendida entre a Zona da Mata e o agreste, está localizada a Serra das Russas, formação que é a borda ocidental da Serra da Borborema. É justamente sobre este planalto e da a Bacia do Jatobá que está situado o agreste pernambucano.
Nos pontos mais altos, a altitude ultrapassa os 1000m, a exemplo de um dos pontos mais altos do estado, o Pico do Papagaio, com 1200m de altitude. Além disso, a estrutura do local favorece a formação de pedimentos e pediplanos.
Indo em direção ao sertão, a altitude vai reduzindo. As serras vão desaparecendo e vão dando lugar a uma depressão, localizada a oeste do Planalto da Borborema. As serras menores e as chapadas se fazem presente em maior quantidade nesses locais.
Turismo
Outra parcela importante da economia pernambucana é proveniente do turismo. Além de o estado ser a principal porta de entrada de visitantes estrangeiros no nordeste, as cidades históricas de Olinda e Recife atraem milhares de brasileiros todos os anos.
Ambas possuem um acervo arquitetônico incomparável. Justamente por conta disso Olinda foi proclamada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
Além delas, o arquipélago de Fernando de Noronha, um paraíso ecológico e turístico brasileiro, situado no Oceano Atlântico e pertencente ao estado de Pernambuco recebe inúmeros visitantes todos os anos, principalmente por conta de paisagens paradisíacas.
Considerado Patrimônio Mundial pela Unesco, no local é possível, além de apreciar as águas cristalinas, nadar com golfinhos, fazer mergulhos, entre outras atrações disponíveis.
Clima
Dois climas são predominantes no Pernambuco: o tropical com chuvas no inverno e o semi-árido quente. O primeiro está presente na porção oriental do estado, com temperaturas médias anuais de 25ºC e pluviosidade média de 1.500mm anuais.
O segundo é predominante nas regiões central e ocidental. As temperaturas médias anuais vão de 25ºC a 23ºC, mas a pluviosidade cai drasticamente, registrando níveis anuais variáveis entre 500mm e 600mm.
A área de transição entre o clima úmido do litoral e o seco do interior é o agreste, que embora seja um local mais cedo, há muita presença de locais úmidos, que resultam, inclusive, na formação dos brejos.
Vegetação
Na vegetação do estado é possível encontrar quatro formações principais:
- Formações Litorâneas
- Floresta Tropical
- Caatinga
- Cerrado
Entre estes, a caatinga é a mais notória, sendo responsável pela cobertura de aproximadamente 80% de todo o território estadual. Nas Formações Litorânea é comum a presença de manguezais e restingas, enquanto na Floresta Tropical estão presentes em maior quantidade espécies perenes ou deciduais.
Em toda a faixa costeira é possível encontrar as formações litorâneas, que podem ter desde poucos metros até vários quilômetros. Nestes locais, principalmente os mais próximos ao mar, prevalece a vegetação rasteira e as gramíneas espessas.
Próximo às duas, ocasionalmente encontram-se pequenas árvores de copa larga e irregular, enquanto nos campos de restinga a vegetação é mais arbustiva, porém, com densidade variável. Em locais de deságue dos rios, em virtude das características do solo é comum a presença de mangues.
Um pouco mais adentro do território, em especial na Zona da Mata, estão as Florestas Tropicais, em que as espécies predominantes são as perenifólias com folhagem densa e escura, favoráveis ao clima úmido.
Porém, o maior destaque é para a caatinga, com suas espécies altamente adaptáveis às alterações do clima. São de porte médio a baixo e formam a cobertura vegetal de praticamente todo o estado. O cerrado, com suas árvores baixas e de troncos retorcidos, pode ser encontrado junto aos tabuleiros e as chapadas.
Entre as espécies de maior relevância da flora, podemos citar o pau-brasil, mandacaru, xique-xique, pororoca, ubaia, munguba, sumaúma
Fauna
Abaixo estão listados alguns dos animais que estão entre os principais representantes da fauna pernambucana:
- Veado-catingueiro
- Pintassilgo
- Cachorro-do-mato-vinagre
- Onça-parda
- Mico-leão-dourado
- Lagarto-das-rochas
- Gambá
- Tatu-canastra
- Macaco-prego
- Garça-vaqueira
- Jaguatirica
Hidrografia
O estado de Pernambuco está dividido por dois domínios hidrográficos. O primeiro engloba pequenas bacias hidrográficas independentes, responsáveis por formar aqueles rios que correm diretamente para o oceano Atlântico. São as bacias dos rios Camaragibe, Capibaribe, Una e Goiana.
O segundo domínio é formado pela parte pernambucana do rio São Francisco, que divide Bahia e Pernambuco. São compostos por pequenos afluentes da margem esquerda, sendo que os mais se destacam são o Pajeú e o Moxotó.
Excluindo-se os rios litorâneos e o São Francisco, todos os demais são temporários, fluindo apenas nas estações chuvosas.
Comidas típicas do Pernambuco
Boa parte das culinárias típicas dos estados brasileiros receberam influência portuguesa, africana e indígena. Em pernambuco essa realidade não é diferente. O diferencial, é que muitas receitas foram adaptadas com os ingredientes locais.
A culinária pernambucana destaca-se em todo o país, com uma série de restaurantes conceituados e por Recife ser considerado o terceiro maior polo gastronômico do País.
- Bolo de rolo
- Sarapatel
- Cozido
- Dobradinha
- Buchada
- Cartola
- Tapioca
- Bolo Souza Leão
- Charque desfiada
Importantes indicadores socioeconômicos
Para traçar um panorama geral do estado é necessário conhecer alguns de seus indicadores socioeconômicos. Confira alguns números do estado de Pernambuco:
Mortalidade infantil – A cada mil crianças nascidas vivas, 12,7 morrem antes de completar o primeiro ano de vida, o que coloca o estado como o décimo nono em mortalidade infantil.
Alfabetização – No que diz respeito à alfabetização, a taxa pernambucana é de 87,2%, o que o deixa em décimo oitavo lugar entre todas as unidades federativas.
Incidência da pobreza – A taxa de incidência da pobreza é de 16,1%, ocupando o posto de décimo sétimo no ranking de todos os estados.
Acesso à rede de esgoto – Nesse quesito o estado é um dos destaques nacionais. Mais de 88% de seus municípios possuem rede de esgoto, deixando-o como sexto melhor colocado.
Pessoas com nível superior completo – 5,67% das pessoas concluíram o ensino superior, o que deixa o estado, novamente, em décimo sétimo lugar.