O objetivo de ser aprovado em um concurso público está presente na vida de muitos cidadãos brasileiros. Para isso é necessário empenhar-se em uma preparação que envolve, além de muita dedicação, um bom material de apoio e um cronograma de estudos abrangente.
Para aqueles que almejam certames regionais, ou seja, de um determinado estado ou município, há, ainda, um outro ponto crucial: conhecer a fundo a geografia e história do território.
Isso porque os editais de concursos e processos seletivos frequentemente cobram essas disciplinas. Pensando nos concurseiros roraimenses, reunimos os principais conteúdos de geografia de Roraima para concursos em um único texto. Confira nossas dicas e bons estudos!
Formação do território e contexto histórico
A exploração do território de Roraima foi relativamente tardia, se compararmos aos demais estados brasileiros. Ela se relacionou estrategicamente com a expansão territorial da Coroa portuguesa, e a sua consequente soberania na conquista da América do Sul.
A busca por territórios mais abrangentes também está relacionada ao descobrimento do ouro. Obviamente, quanto maior o território, maior a chance de encontrar grandes fontes do metal. Outro ponto importante é a constante sujeição a ataques de outras nações europeias que estavam interessadas nas riquezas do Brasil.
O Rio Branco foi conhecido e batizado por Pedro Teixeira, em 1639. Durante boa parte do final do século XVII a região era usada principalmente por estrangeiros para a captura de índios brasileiros. Enquanto os ingleses vinham da Guiana, os espanhóis entravam pela Venezuela, além dos próprios colonizadores portugueses.
No princípio do século de XVIII, por volta de 1718, depois de um longo imbróglio os lusitanos, finalmente, conseguiram expulsar os estrangeiros, assegurando a posse do território. Entretanto, esse não era o fim das disputas. Até por volta de 1783 ocorreram inúmeras invasões, fazendo com que os portugueses pensassem em uma solução definitiva.
Foi assim que, em 1775, foi construído o Forte São Joaquim. Foram criados também alguns povoados, responsáveis por abrigar principalmente os índios da região. Eles não se adaptaram ao modo de vida imposto pelos portugueses, o que resultou em uma rápida decadência desses locais.
Por volta de 1789 o comandante Manuel da Gama Lobo D’Almada deu início a criação de bovinos e equinos na região. A mão de obra era escrava, e quase que exclusivamente de índios. Uma dessas fazendas, a São Marcos, existe até hoje e fica localizada em terra indígena.
Quase cem anos depois, em 1890, foi fundado o município de Boa Vista do Rio Branco e dez anos depois o Forte São Joaquim foi desativado. No mesmo período houve um alto fluxo migratório de nordestinos que fugiam da seca.
Em 1943 foi criado o Território Federal do Rio Branco, originário da fragmentação da Amazônia e união dos municípios de Boa Vista e Moura. Mais uma vez a tentativa de prosperar um projeto de colonização do território falhou, principalmente por conta do descaso do governo.
Em 1962 passou a se chamar Território Federal de Roraima. Somente com a promulgação da Constituição de 1988 foi elevado à condição de Estado da Federação.
Detalhes do estado do Roraima
Situado no extremo norte do país, Roraima é uma das 27 unidades federativas brasileiras. Representado pela sigla RR, seu gentílico é o roraimense. Sua área, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,) é de 224.303,187 km².
A área total está dividida em 15 municípios. Estes, por sua vez, dividem-se em duas regiões geográficas intermediárias e quatro regiões geográficas intermediárias:
Boa Vista
- Boa Vista: Alto Alegre, Boa Vista, Bonfim, Cantá e Mucajaí.
- Pacaraima: Amajari, Normandia, Pacaraima e Uiramutã.
Rorainópolis-Caracaraí
- Rorainópolis: Caroebe, Rorainópolis, São João da Baliza e São Luís.
- Caracaraí: Caracaraí e Iracema.
Ao norte e noroeste o estado se limita com a Venezuela, a leste com a Guiana, a sul e a oeste com o Amazonas e a sudeste com o Pará. O ponto mais setentrional do Brasil está localizado em Roraima. Trata-se do monte Caburaí, que fica na serra de Pacaraima, acima da linha do Equador.
Boa Vista e principais cidades
A capital do estado de Roraima é a cidade de Boa Vista. Foi fundada em 9 de julho de 1890 e curiosamente é a única capital localizada totalmente ao norte de linha do Equador. É, também, a capital mais distante de Brasília.
Segundo estimativa do IBGE, em 2017 tinha 332.020 habitantes. Curiosamente, a segunda cidade mais populosa, Rorainópolis, tem menos de 10% do quantitativo da capital. São 28.215 habitantes, conforme estimativa de 2017.
Veja outras cidades que estão entre as cinco mais populosas: Caracaraí (20.807 habitantes), Cantá (16.877 habitantes) e Mucajaí (16.852 habitantes).
Bandeira do estado do Roraima
A bandeira de Roraima foi criada em 1996, projetada por Mário Barreto. Juntas, suas principais cores representam a integração do estado com o Brasil. Analisadas isoladamente, cada uma delas tem um significado.
Na estrela que ocupa a parte central da bandeira encontramos o amarelo, que representa a riqueza mineral abundante. O verde remete às matas e ao cerrado, enquanto o branco significa paz e o azul o céu e o ar puro de Roraima.
A linha vermelha representa a linha do Equador e a estrela, a constelação que representa o estado na bandeira nacional.
População
Roraima, Acre e Amapá são os únicos estados que ainda não chegaram a 1 milhão de habitantes. Roraima é o menos populoso de todos, atualmente com 505.665 habitantes, segundo estimativa do IBGE. A título de curiosidade, a marca de meio milhão de indivíduos só foi atingida em 2015.
A densidade demográfica também é a menor do Brasil, são 2,57 hab./km². Ainda de acordo com a mesma fonte, na formação populacional predominam os pardos, com com 61%. Em seguida aparecem os brancos, com 24%, e os indígenas e negros, com 11% e 4%, respectivamente.
A expectativa de vida, que em 2015 era de 71,2 anos, é a vigésima quarta menor no ranking dos estados brasileiros.
Economia
Apesar de a partir da década de 80 a agropecuária do estado ter dado um salto, a economia ainda é alavancada pela pecuária bovina, desenvolvida principalmente nas áreas de campo do cerrado. Os principais mercados consumidores são a Venezuela e a Guiana.
Na agricultura os principais produtos são arroz, feijão, milho, mandioca, café, cacau, amendoim, girassol, maracujá, caju e guaraná. De forma reduzida, há também extrativismo vegetal, cujos principais produtos são a castanha-do-pará e as gomas não elásticas.
Relevo
Aproximadamente 60% da superfície de Roraima está abaixo de 200m de altitude, enquanto 25% variam entre 200m e 300m. Cerca de 14% encontra-se entre 300m e 900m, e o restante, mais ou menos 1%, ultrapassa os 900m. Entre as principais características do relevo roraimense está a predominância das grandes extensões de relevo plano ou levemente ondulado.
Em relação ao quadro morfológico, duas unidades básicas o compõe. Trata-se do planalto ondulado e os escarpamentos setentrionais. Essas duas unidades fazem parte do planalto das Guianas, que se estende ao longo de todo o norte da planície amazônica.
O planalto ondulado é formado por um grande pediplano. Entretanto, é possível encontrar, com disposição isolada e dispersa, maciços e picos. Já os escarpamentos setentrionais são responsáveis por formar a borda de um planalto mais elevado, proeminente nos territórios da Venezuela e Guiana.
Em Roraima, a maior incidência deles é no norte do estado. São as serras Parima e Pacaraima e o monte Roraima, que ultrapassa dos 2.870m de altitude.
Clima, hidrografia e vegetação
Em Roraima há dois tipos de clima predominantes. Um deles, quente e úmido, com estação seca pouco destacada e um quente subúmido com seca proeminente. Enquanto o primeiro é encontrado na região ocidental do estado, o segundo fica na porção oposta.
As temperaturas médias de ambos são próximas, cerca de 24ºC. Porém, o índice pluviométrico varia muito entre os dois. Enquanto no primeiro ele é de 2000mm, no segundo são 1500mm anuais.
A rede de drenagem roraimense pertence à bacia do Rio Negro. O rio principal é o Branco. Sua bacia abrange toda a região de Roraima, exceto uma pequena porção ao sul, onde a drenagem fica a cargo dos rios Jauaperi e Jufari.
Há duas vegetações principais. Presente em aproximadamente 72% do território, a floresta tropical é a mais importante delas. Os outros 28% compreendem as áreas de cerrado das partes setentrional e oriental.
Fauna
Conheça quais são os principais representantes da fauna roraimense:
- Ariranha
- Tamanduá
- Anta
- Catitu
- Paca
- Lontra
- Piranha
- Cutia
- Jacu
- Choca-de-roraima
- Anacã
- Garça-branca
- Jabuti
- Tucunaré
- Jaburu
Comidas típicas de Roraima
A culinária roraimense possui várias influências, sendo que uma das principais veio dos índios. Mas também são muito relevantes as contribuições das pessoas de todas as regiões brasileiras que migraram para o estado. Conheça alguns dos pratos típicos.
- Guisado de galinha caipira
- Pirarucu desfiado
- Caldeirada
- Pé de moleque
- Paçoca com banana
- Sucos de frutas amazônicas (graviola, cupuaçu e buriti)
Problemas atuais
Hoje, um dos principais problemas do estado de Roraima é um reflexo da crise da Venezuela. Fugindo das dificuldades do país, mais de 50 mil imigrantes já cruzaram a fronteira e pediram asilo no Brasil.
A situação, tanto no país vizinho, quando no estado brasileiro, estão cada dia mais críticas. Se do lado de lá, por conta dos problemas sociais, econômicos e políticos falta até os produtos mais básicos, do lado de cá, não há infraestrutura para receber tantos imigrantes.
A capital, Boa Vista, que possui pouco mais de 300 mil habitantes, vive problemas dignos de uma metrópole. Dentro de um ano a população aumentou mais de 10%. Sem oportunidades em empregos formais, os comércios improvisados ocuparam as ruas e calçadas.
Com os cinco abrigos da cidade superlotados, os imigrantes estão sem moradia ou sem ter o que comer, por isso, passaram a ocupar praças com centenas de barracas. Hospitais e postos de saúde estão cheios de pessoas procurando por auxílio médico.
Além de todos os problemas já citados, a situação da violência é grave. Os números de furtos e homicídios estão crescendo, segundo dados da Polícia Civil de Roraima. Sem sinais do término da crise, o governo brasileiro segue discutindo meios para ajudar os milhares de imigrantes.