Frequentemente as matérias de história e geografia estão presentes em editais de concursos públicos e processos seletivos. Esta realidade não é diferente no estado do Maranhão, onde os temas são recorrentes nos conteúdos programáticos disponibilizados nos editais.
Um dos primeiros territórios a serem ocupados no Brasil, o estado tem uma história longa e repleta de acontecimentos marcantes, a exemplo da revolta que ficou conhecida como Balaiada e a Revolta de Beckman.
Abaixo, disponibilizamos uma síntese completa sobre todos os pontos a respeito de geografia do Maranhão para concursos.
Formação do território e contexto histórico
Em 1534 o Brasil foi dividido em Capitanias Hereditárias, com a finalidade tanto de colonizar o território, quanto de protegê-lo de outros países, que interessados no local recém-descoberto, tentaram invadi-lo para fins exploratórios.
Assim como os outros territórios, aquele que compreende o local onde hoje está o Maranhão também foi fragmentado. Dentro de pouco tempo ele foi invadido por franceses, que comandando uma missão, fundaram o povoado da França Equinocial, onde construíram o Fourt de Saint-Louis, célula embrionária da atual capital, São Luís.
Os portugueses reivindicaram o território, e em 1615 os franceses foram expulsos. Em 1621, com o objetivo de defender a costa marítima e facilitar a interação com a então capital, Salvador, a Coroa Portuguesa definiu os territórios do Maranhão e do Grão-Pará.
Ainda no século XVII, o território novamente foi invadido por outras nações europeias, em especial, a Holanda. Estas, por sua vez, estavam interessadas no cultivo de cana-de-açúcar e na expansão da produção açucareira. Em 1644, depois de dois anos de enfrentamentos, foram expulsos pelos portugueses.
Posteriormente o Marquês de Pombal foi nomeado como Primeiro-Ministro português, e o território maranhense foi dividido em quatro capitanias, Maranhão, Piauí, São José do Rio Negro e Grão-Pará.
O ministro fundou a Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, colaborando com a migração de vários nordestinos para aqueles locais, principalmente para trabalhar com os produtos econômicos que estavam no auge, o algodão e o arroz.
Estes produtos possibilitaram que o estado experimentasse um amplo crescimento da economia, o que por consequência, gerou um grande salto de desenvolvimento no estado. Porém, a abolição da escravidão em 1888 abalou profundamente as estruturas econômicas, que foram consolidadas pela produção rural, onde a maioria da mão de obra escrava era empregada.
Foi somente no século XX, mais precisamente a partir de 1910, com o aumento da industrialização do algodão é que o crescimento da economia pôde ser retomado.
Sobre o estado do Maranhão
O nome que deu origem ao estado faz referência ao Rio Marañón do Peru, que na linguagem tupi significa “mar”, “corrente”. O Maranhão, cuja sigla é MA, é um estado brasileiro que faz parte da região nordeste e está localizado na área de transição entre o nordeste e a Amazônia.
Com uma área de 331.936.948 km², o estado ocupa a posição de oitavo maior em extensão territorial. Sua capital é São Luís e o gentílico é o maranhense.
A sudoeste e a sul, o estado faz divisa com o Tocantins, enquanto a leste com o Piauí, a oeste com o Pará e ao norte com o oceano Atlântico. O território está dividido em 217 municípios, e estes, em cinco mesorregiões e 22 microrregiões.
A capital, São Luís, a única cidade do país fundada por franceses, é o principal centro urbano e econômico do Maranhão. Além dela, outras cidades importantes são Imperatriz, São José de Ribamar, Timon, Balsas e Caxias.
Bandeira do Maranhão
A bandeira do maranhão foi oficialmente adotada em 29 de dezembro de 1889. Ela é formada pelas cores vermelho, preto e branco, que representam a mistura de raças que formou o povo maranhense.
O quadrado azul no canto superior esquer significa o céu, e a estrela ao centro dele representa o estado enquanto unidade federativa integrante do território brasileiro.
População
No decorrer do século XX, duas correntes migratórias significativas foram registradas no território. Primeiro, foi a chegada dos sírio-libaneses, e depois, dos cearenses, que foram para o estado em busca de melhores condições de trabalho nas lavouras.
Atualmente, a população do estado é de 7.000.229 habitantes. Ele ocupa a 16º posição no ranking de unidades federativas mais populosas, com densidade demográfica de 21,09 hab/km². A densidade não é uniforme por todo o território, inclusive, com grandes discrepâncias. Enquanto nas regiões em torno do golfão maranhense a densidade populacional é alta, os demais locais do território são pouco povoados.
Em relação a formação populacional, há ainda, muitos remanescentes indígenas. As outras parcelas que a compõe, majoritariamente, são os negros e pardos.
O índice de urbanização é baixo, apenas um terço da população vive em áreas urbanas. A expectativa de vida é a menor entre todas as unidades federativas. O Maranhão ocupa a 27º posição, com expectativa de vida média de 70,6 anos.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é 0,678, valor considerado médio.
Economia
A economia do Maranhão é bastante diversificada, há atividades de destaque na agropecuária, indústria e mineração. A principal região econômica é o centro-norte. Neste local estão os rios Mearim, Pindaré e Itapecuru, o que o torna mais propício para tanto para as práticas agropecuárias, quanto paras as práticas extrativistas.
Nos séculos XVIII e XIX o algodão foi o produto de maior destaque da região do vale do Itapecuru, sendo o principal responsável pelo desenvolvimento da economia do estado naquele período.
Com o declínio da atividade, no século XX emergiram outros produtos economicamente importantes, sendo que o maior destaque foi o arroz, além dele milho, mandioca, feijão e coco de babaçu se consolidaram na agricultura maranhense.
Essas atividades, ainda hoje, estão presentes por todo o território do estado, porém em menores escalas. O babaçu tornou-se o principal produto vegetal, principalmente pelos diversos usos do óleo e dos resíduos de sua produção.
Nas atividades extrativistas o Maranhão se sobressai na extração de sal marinho e garimpo de ouro e diamantes. Em 1980 foi inaugurado o Distrito Industrial de São Luís, que opera com a bauxita das margens do rio Trombetas, no Pará. Outro ponto importante é a produção de celulose.
Relevo
O relevo do Maranhão é regular e praticamente todo plano. Aproximadamente 75% de todo o território possui altitudes inferiores aos 200 metros. Somente 10% ultrapassa os 300 metros.
Em relação ao quadro geomorfológico, há predominância de duas unidades, o planalto e a baixada litorânea. Nesta última, predomina um relevo composto principalmente por tabuleiros e colinas.
O ponto mais de maior altitude do Maranhão é a chapada das Mangabeiras, com 804 metros.
Clima
É possível encontrar três climas distintos do Maranhão: tropical com chuvas de verão, tropical super úmido de monção e o tropical com chuvas de outono. Todos eles apresentam características semelhantes em relação a temperatura, e distintas na pluviosidade.
As temperaturas médias anuais são elevadas, e ficam em torno de 26ºC. Enquanto os índices pluviométricos do tropical super úmido de monção ultrapassa os 2.000mm, os demais variam de 1.250mm a 1.500mm anuais.
Vegetação
O território do estado é composto principalmente por vegetação de florestas, campos e cerrados. A primeira é a responsável por cobrir a maior parte do noroeste do estado. A principal planta é a palmeira do babaçu, que é o produto básico do extrativismo maranhense.
No golfão maranhense e no litoral ocidental a predominância é dos campos. Enquanto o cerrado é a vegetação das regiões oriental e meridional. Já no litoral, a vegetação possui inúmeros tipos, sendo que os principais são manguezais e campos inundáveis.
Entre as principais espécies encontradas na flora, estão:
- Oiticica
- Cajueiro
- Palmeira do babaçu
- Vassoura amarela
- Capim-de-areia
- Murici
- Tucum
- Camandaíba
- Campainha-branca
Hidrografia
O estado do Maranhão, possui, ao todo, 12 bacias hidrográficas, espalhadas por quatro regiões hidrográficas. Alguns exemplos são as bacias: Parnaíba, Tocantins, Gurupi, Mearim, Munim, Itapecuru, Turiaçu e Preguiças.
Essas bacias ocupam uma área de 202.203,50 km², o que equivale a 0,90% da área total do Estado do Maranhão.
Praticamente toda a rede de drenagem do Maranhão corre no sentido sul – norte. Existem diversos rios independentes, cujo curso vai para o oceano Atlântico. A exceção é um pequena parte do território, a sudoeste, os de os rios correm na direção oeste.
Entre os principais rios do estado, estão os rios Anil, Bacanga, Corda, Gurupi, Grajaú, Itapecuru, Mearim, Munim, Parnaíba, Pindaré, Tocantins e Turiaçu.
Fauna
Abaixo, listamos alguns dos principais representantes da fauna maranhense, alguns, bastante específicos da região, como aqueles encontrados no bioma cerrado, por exemplo:
- Paturi
- Ariranha
- Jaguatirica
- Anta
- Ararajuba
- Peixe-boi-marinho
- Gato-maracajá
- Quero-quero
- Garça
- Onça-pintada
- Gaivota
- Tamanduá-bandeira
Comidas típicas do Maranhão
A base da cozinha maranhense são os frutos do mar. Além disso, uma características interessante, é que dificilmente os pratos são encontrados em locais fora do estado. Então, para provar o melhor que a culinária maranhense tem a oferecer, é necessário visitar o estado.
Algumas das comidas típicas do Maranhão são arroz de cuxá, carne de sol, peixada maranhense, arroz Maria Isabel, caranguejo, caldeirada maranhense, juçara, arroz do mar, beiju e ostras.
Situação atual e principais problemas do estado
Um problema recorrente no estados brasileiros, são os altos índices de violência. Em alguns dos estados do norte e nordeste, como é o caso do Maranhão, a situação se agrava ainda mais por conta das frequentes crises no sistema penitenciário.
Quando a população maranhense é questionada a respeito dos principais problemas do estado, a violência urbana está entre os problemas mais lembrados. Seguido de perto pela infraestrutura, transporte público, saúde e trânsito. Estes dados foram levantados pela Pesquisa Escutec, do Jornal O Estado.
Outros problemas, envolvem alguns dos principais indicadores socioeconômicos, o índice de mortalidade infantil e a expectativa de vida, que é a menor entre todas as unidades federativas do Brasil.