Estudantes que há muito tempo se preparam para provas de concursos públicos e processos seletivos, provavelmente já se depararam com a matéria de Geografia nos editais. Nos certames estaduais e municipais a matéria é ainda mais específica, cobrando detalhes do estado que está abrindo aquelas vagas.
No Piauí não é diferente. Os piauienses que estão estudante para essas provas precisam estar afiados na matéria, uma vez que ela é recorrente nos concursos abertos pelo estado e também por seus municípios. Para estudar de maneira rápida e prática, é possível contar com o conteúdo de Geografia do Piauí para concursos que reunimos neste artigo.
Formação do território do Piauí
Apesar de estar bem próximo aos primeiros estados que foram colonizados, o Piauí foi um dos estados cuja povoação foi mais tardia, efetivada somente na segunda metade do século XVII.
Antes disso o estado era povoado por aproximadamente 150 tribos indígenas diferentes. Entre elas, índios Gueguês, Guaranis, Amoipiras, Cabuçus, Tremembés, Aitatus, Muipuras e Gamelas.
Depois de muitas expedições mal sucedidas, a partir de 1661 os colonizadores que vieram da Bahia e de São Paulo instalaram-se na região, formando o primeiro povoado. Logo ele foi elevado ao status de vila, que recebeu o nome de Mocha. Esta, por sua vez, quando foi transformada em cidade passou a chamar-se Oeiras.
A partir daí, colonizadores de outras regiões, como por exemplo o Maranhão e o Ceará desbravaram e ocuparam o território com o objetivo de instalar a atividade pecuarista na região.
Entre os fazendeiros que sobressaíram, o nome mais conhecido é o do Capitão Domingos Afonso Mafrense, o Domingos Sertão. Somente ele, durante o século XVII formou mais de 30 fazendas para desenvolver a pecuária. Quando morreu, as propriedades foram deixadas para os padres da Companhia de Jesus, que as fizeram ainda mais prósperas.
Esse desenvolvimento foi essencial não só para o Piauí, mas para muitos estados vizinhos, e até mesmo, para toda a região nordeste durante o século XVIII. Entretanto, em 1759 os jesuítas foram expulsos do país, e rapidamente as fazendas entraram em decadência.
Em 1811, com mais de dez vilas e centenas de fazendas de gado, o Piauí tornou-se uma capitania, e a luta pela independência durou até 1823. Durante o século XIX, alguns movimentos importantes marcaram a história do estado, como a Balaiada, iniciada no Maranhão, e a Confederação do Equador.
Teresina substituiu a cidade de Oeiras e passou a ser a capital do estado em 1852. Foi somente com a Proclamação da República, em 1889, que o cenário local começou a se estabilizar, embora o desenvolvimento do estado tenha permanecido lento se comparado aos estados vizinhos.
Detalhes sobre o estado do Piauí
Uma das 27 unidades federativas do Brasil, o Piauí faz parte da região nordeste e é representado pela sigla PI. Seu gentílico é o piauiense. Tem o menor litoral brasileiro, com 66 km. Além do oceano Atlântico, seus estados limítrofes são o Maranhão, Tocantins, Ceará, Bahia e Pernambuco.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua área é de 251 577,738 km², o que faz dele o décimo primeiro estado brasileiro em extensão territorial. O topônimo “Piauí” vem da língua tupi e seu significado é “rio das piabas”.
Possui 224 municípios divididos em 19 regiões geográficas imediatas e 6 regiões geográficas intermediárias, com a seguinte configuração:
- Teresina: Teresina, Amarante-Água Branca-Regeneração, Campo Maior, Valença do Piauí e Barras;
- Parnaíba: Parnaíba, Piripiri e Esperantina;
- Picos: Picos, Paulistana, Oeiras e Simplício Mendes;
- São Raimundo Nonato: São Raimundo Nonato e São João do Piauí;
- Corrente-Bom Jesus: Corrente e Bom Jesus;
- Floriano: Floriano, Uruçuí e Canto do Buriti.
Teresina e as principais cidades
A capital do estado do Piauí é a cidade de Teresina. A cidade foi fundada
- Parnaíba
- Picos
- Piripiri
- Floriano
- Campo Maior
- União
Bandeira do Piauí
A bandeira do Piauí foi adotada oficialmente em 1922, mas sofreu uma alteração em 2005. Seu desenho é um retângulo com 13 listras horizontais da mesma largura nas mesmas cores da bandeira do Brasil. Juntas, elas representam uma integração do estado com o país.
O verde simboliza a esperança e o amarelo a riqueza mineral. A estrela branca retrata a constelação Antares, que na bandeira nacional representa do estado do Piauí.
No retângulo azul há uma inscrição com os dizeres “13 DE MARÇO DE 1823”. A alteração foi inserida em 2005, que marca o dia da batalha de Jenipapo, que aconteceu no território piauiense.
População
Último estado do nordeste a ser colonizado, o Piauí tem, de acordo com dados de 2010, do IBGE, 3.118.360 habitantes. Ele ocupa o 19º no ranking de unidades federativas, em população, totalizando 1,6% dos indivíduos brasileiros.
A densidade demográfica é de aproximadamente 12,4 hab/km², enquanto o crescimento demográfico é de 0,9% ao ano. Boa parte da população, mais de 65%, vive nas áreas urbanas, enquanto mais de 34% está na zona rural.
Etnicamente, a formação populacional tem componentes muito semelhantes ao restante do país. Os pardos representam 63% do total, enquanto os outros 37% são compostos por brancos (33%) e negros (3%).
Economia
A formação e ocupação do território do Piauí está intimamente ligada com a prosperidade das fazendas de criação de gado, atividade que está presente no local ainda nos dias de hoje. A pecuária bovina é largamente empregada em todo o território, de forma extensiva nos locais de cerrado e de forma intensiva nas áreas de Campo Maior.
A apicultura também constitui uma importante atividade do estado. Além de ocupar o topo da produção do nordeste, ela figura entre as maiores de todo o Brasil.
Por conta das condições propícias, a agricultura é amplamente praticada no vale do Parnaíba e na bacia do Canindé, além no entorno da cidade de Picos. Entre os produtos mais notório, é possível citar arroz, feijão, milho, algodão arbóreo, cana-de-açúcar, laranja, alho, banana e outros, produzidos em menor escala.
O extrativismo vegetal também é uma atividade econômica que se sobressai no estado. Além de várias palmáceas (tucum, babaçu e carnaúba), destacam-se a sementes de oiticica, castanha de caju e casca de angico.
A indústria no Piauí é pouco expressiva, tendo como os maiores destaques o setor químico, com os óleos vegetais, materiais de construção, gêneros alimentícios e têxtil.
Relevo
A topografia do Piauí é muito regular. Aproximadamente 92% possui altitude menor que 600m, enquanto 53% está abaixo dos 300m. O quadro morfológico, basicamente, é composto por quatro unidades:
- Baixada litorânea
- Planalto de chapadas e cuestas
- Planície do rio Parnaíba
- Pediplano cristalino
Situada ao norte do estado, a baixada litorânea engloba uma faixa de terrenos baixos e arenosos, que recebem o nome de tabuleiro areníticos. A parte ocidental é compreendida pelo delta do rio Parnaíba.
Na parte oriental da bacia sedimentar do Meio-Norte está o planalto de chapadas e cuestas. No centro do estado as camadas geológicas apresentam disposição horizontal e formam chapadas com altitudes variáveis entre 300 e 600m. Na porção oriental essas camadas são inclinadas, formando cuestas, cujas altitudes vão de 500 a 700m.
A Planície do rio Parnaíba é estreita e de forma alongada, e ao norte, junta-se com a baixada litorânea, enquanto no interior, continua para sul e leste.
Clima
O clima no estado é predominantemente tropical. Nele, há chuvas no verão e seca no inverno. As temperaturas médias anuais ficam entre 25ºC e 27 CºC, enquanto a pluviosidade média anual é de 700mm no sul e 1.200mm no norte.
Porém, no sudeste do Piauí, há incidência do clima semiárido quente. A medida que se adentra do interior do estado, as chuvas ficam cada vez mais escassas. Apesar das irregularidades, a temperatura média anual é de 24ºC e a pluviosidade média é de 650mm.
Vegetação
Na vegetação, assim como no relevo, há quatro formações principais:
Floresta – é o tipo de vegetação que, ainda que muito devastada, está presente em uma estreita faixa a oeste, ao longo de todo o vale do Parnaíba.
Mata de cocais – é encontrada a oeste, na faixa de transição entre a caatinga e a floresta. Na mata de cocais, as principais espécies são a carnaúba, o babaçu e as palmeiras.
Caatinga – é a vegetação predominante nas regiões sul e sudeste. As árvores características são baixas e há presença de muitos arbustos, às vezes com espinhos, e cactos.
Cerrado – está nas porções norte e leste do estado, e suas principais características são as árvores esparsas, de galhos retorcidos e raízes profundas e, ainda, os grandes arbustos.
Fauna
Conheça alguns dos animais que são típicos do estado do Piauí:
- Sagui
- Jaguatirica
- Xexéu
- Jararaca
- Mocó
- Urubu-rei
- Ema
- Paca
- Falcão-tropical
- Surucuá-de-barriga-vermelha
- Tatu-bola-da-caatinga
- Corrupião
- Onça-pintada
- Lobo-guará
Hidrografia
O Piauí possui uma extensa rede fluvial, formada por importantes rios. Eles foram a chamada bacia do Parnaíba. Ela está na divisa do estado com o Maranhão e compreende mais de 90% da área piauiense, incluindo também uma porção do sudeste cearense.
Com exceção dos rios São João, Ubatuba, São Miguel e Camurupim que desaguam diretamente no Oceano Atlântico, todos os demais rios do estado são afluente dos rio Parnaíba.
Ele nasce no encontro de vários cursos d’água, sendo que o seu principal constituinte é o riacho Água Quente. As nascentes ficam na Chapada das Mangabeiras, localizada em Barreiras do Piauí. Ao todo, 16 municípios piauienses são banhados pelo rio Parnaíba.
Ele corre no sentido sul-norte, e depois de mais de 1.500km ele deságua no oceano Atlântico, formando um delta, que é um terreno de configuração triangular disposto na embocadura de um rio.
Seus principais afluentes são os rios longá, Pirangi, Poti, Balsas, Uruçuí-Vermelho ou Uruçuizinho, Riozinho, Uruçuí Preto ou Uruçuí-Açu, Canindé, Itaueira, e Gurguéia.
Comidas típicas do Piauí
A culinária nordestina, ainda que diferente em cada um dos estados, guarda muitas semelhanças, principalmente nos produtos básicos. Apesar disso, a comida piauiense destaca-se pelos seus sabores únicos, principalmente os dos temperos frescos.
Boa parte dos pratos leva carne bovina, de bode e carneiro, sendo muito comum a utilização dos miúdos desses animais nas preparações. Mesmo com o menor litoral do país, o uso de frutos do mar nos pratos locais e recorrente. Veja alguns exemplos de comidas típicas do Piauí:
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- Arroz com capote
- Carneiro guisado
- Buchada de bode
- Carne de sol
- Bolo de goma
- Bode assado
- Sarapatel
- Panelada
- Abobrada
- Arroz Maria Isabel
Principais indicadores socioeconômicos do Piauí
Os indicadores sociais são dados sobre o aspecto da vida de uma nação, ou de um estado, que em conjunto, retratam a sua realidade social e permitem traçar qual o seu nível de desenvolvimento.
Eles são importantes para identificar quais são os principais problemas pelas quais o estado, em especial o Piauí, está passando. Confira alguns desses dados:
Mortalidade infantil – a mortalidade infantil no estado é considerada alta, fazendo que o Piauí figure como 5º colocado no ranking brasileiro. A cada mil crianças nascidas vivas, 19,1 morrem antes de completar o primeiro ano de vida.
Alfabetização – no ranking das unidades federativas, o Piauí figura em 26º lugar, ganhando apenas de Alagoas. Em 2016 a taxa de alfabetização era de apenas 82,8%.
Pessoas com nível superior completo – apenas 5,10% da população tem nível superior completo, o que o coloca como o 22º no Brasil, segundo dados do Censo de 2010.
Taxa de natalidade – a taxa de natalidade no estado é 19,9%, sendo considerada a 8º maior do país.
Renda per capita – a renda per capita do Piauí é a quarta menor do Brasil, ficando atrás apenas do Maranhão, Alagoas e Pará. De acordo com dados do IBGE, em 2010 o valor era de R$ 750,00.
Incidência da pobreza – a incidência de pobreza no estado é bastante alta, 21,6%, deixado-o como penúltimo no ranking brasileiro, na frente apenas do Maranhão.
Acesso à rede de esgoto – este é um ponto extremamente preocupante no estado. Enquanto no melhor colocado, que é o Distrito Federal, 100% dos municípios possuem rede de esgoto, no Piauí, que é o último colocado, a taxa é de apenas 4,5%.