Geografia do Rio Grande do Sul para Concursos

Detalhes sobre principais aspectos geográficos do estado, com base nos conteúdos cobrados por editais de concursos e processos seletivos.



Concursandos do Rio Grande do Sul, todos os anos podem contar com uma série de concursos públicos e processos seletivos. A aprovação nos certames depende de uma série de fatores, sendo que uma dos mais importantes é ter uma boa base teórica.

Isso só é possível conhecendo os conteúdos programáticos. Eles são a parte específica do edital que trata das matérias que precisam ser estudadas para determinada prova. Podem ser compostos por conhecimentos gerais e específicos.

As seleções regionais, que são aquelas abertas pelo estado e seus municípios, geralmente tem uma matéria em seu conteúdo que chama atenção de muitos estudantes, para os gaúchos, em especial, ela é Geografia do Rio Grande do Sul para concursos. Conheça o nosso resumos sobre os principais pontos da área.

Formação do território e contexto histórico

O território que hoje compreende o estado do Rio Grande do Sul, foi um dos últimos a serem povoados pelos colonizadores portugueses. Foi somente em 1801 que a fronteira do estado foi definida. O Tratado de Badajoz foi o responsável por colocar um ponto final nessa questão.

Até por volta do século XVII a região era ocupada basicamente por grupo indígenas de muitas etnias, sendo a posição geográfica um dos fatores que contribuíram para a ocupação tardia.

A partir de 1626 padres jesuítas espanhóis começaram a chegar ao local. Eles fundaram as Missões Guarani, inclusive em territórios que hoje são de outros países, como Uruguai, Argentina e Paraguai.

Durante o desenrolar do século XVIII foi travado um intenso embate territorial entre portugueses e espanhóis. Em 1726 os segundos fundaram a cidade de Montevidéu, no sentido leste da colônia de Sacramento, fundada em 1680.

O intuito da criação da cidade era justamente diminuir a influência portuguesa no local. Mas em resposta, no ano de 1737 os portugueses fundaram o Forte de Jesus Maria José, que hoje é a cidade do Rio Grande.

Em 1777 foi assinado o Tratado de Santo Ildefonso pelos dois países. Por meio dele a colônia de Sacramento ficaria com a Espanha, enquanto a posse do Rio Grande seria de Portugal.

Cerca de 23 anos depois de ter as fronteiras definidas, o estado começou a receber uma série de imigrantes alemães. Ela foi a responsável por diversificar a economia local através das estâncias agrícolas.

A Guerra dos Farrapos, também conhecida como Revolução Farroupilha, é um dos principais acontecimentos históricos que marcaram o país. O conflito se estendeu entre os anos de 1835 e 1854.

Sobre o Rio Grande do Sul

Um dos três estados do Sul do país, representado pela sigla RS, o Rio Grande do Sul tem uma área de 281.730,223 km², portanto, é o nono maior em extensão territorial. Seu gentílico é o gaúcho ou sul-rio-grandense.

Possui, ao todo, 497 municípios, divididos em oito regiões geográficas intermediárias e 43 regiões geográficas imediatas. Limita-se ao norte com Santa Catarina, a oeste com a Argentina e Uruguai ao sul, além do oceano Atlântico ao leste.

No estado está uma das regiões que mais atraem turistas no país. As cidades serranas de Gramado e Canela, principalmente no inverno e na época do natal, recebem turistas de vários locais.

Porto Alegre e as principais cidades

A capital do estado é a cidade de Porto Alegre, popularmente conhecida como “Poa”. Fundada em 1772, é a cidade gaúcha mais populosa, com 1.484,941 habitantes. É conhecida por ser uma das cidades com melhor qualidade de vida, mais arborizada e alfabetizadas do Brasil.

Além de Porto Alegre, as cidades abaixo, em quantidade de habitantes segundo estimativa do IBGE de 2017, são as maiores do Rio Grande do Sul.

  • Caxias do Sul – 483.377 habitantes
  • Pelotas – 344.385 habitantes
  • Canoas – 343.853 habitantes
  • Santa Maria – 343.853 habitantes
  • Gravataí – 275.146 habitantes
  • Viamão – 253.717 habitantes
  • Novo Hamburgo – 249.508 habitantes
  • São Leopoldo – 230.914 habitantes
  • Rio Grande – 209.378 habitantes
  • Alvorada – 208.177 habitantes

Bandeira do Rio Grande do Sul

Bandeira do Rio Grande do Sul

A bandeira do estado do Rio Grande do Sul é de 1835 e a partir de 11 de setembro de 1836 passou a ser usada pelos rebeldes que participaram da Revolução Farroupilha.

Ela é formada por três faixas na diagonal, uma amarela, uma vermelha e uma verde. A primeira significa as riquezas nacionais rio-grandenses, a segunda o ideal revolucionário e a coragem do povo, enquanto o verde remete aos pampas gaúchos.

No centro está o brasão do estado, onde é possível ler República Rio-Grandense, 20 de setembro de 1835. Abaixo há um escudo em que podem ser lidas as palavras: Liberdade, Igualdade, Humanidade.

População

Segundo dados do IBGE, em 2017 a população estimada o Rio Grande do Sul era de 11.322.895 de habitantes, o que faz dele o quinto estado mais populoso do Brasil. A densidade demográfica é de 37.96 hab/km², a décima terceira maior do Brasil. Aproximadamente 85% da população gaúcha vive na zona urbana.

Em relação a formação populacional, por conta da forte influência da imigração européia 84,7% das pessoas são brancas, seguidas pelos pardos, que representam 10,4%, os negros, 5,2% e os amarelos, 0,4%.

A partir do século XVIII o estado recebeu muito imigrantes europeus, de diversos países, mas principalmente da Itália e Alemanha. Esse fluxo foi intensificado no século XIX, sendo crucial para a formação populacional.

Economia

O Rio Grande do Sul é um dos estados mais industrializados do país, sendo que os produtos alimentícios são os principais itens das fábricas gaúchas. Também se destacam as metalúrgicas e indústrias farmacêuticas, químicas, mecânica, de vestuário e calçados, além de madeira e móveis.

A área mais industrializada é Porto Alegre e cidades próximas como São Jerônimo, Novo Hamburgo e São Leopoldo.

Na chamada região de colonização antiga, que engloba os municípios de Farroupilha, Caxias do Sul, Garibaldi, Santa Cruz, Flores da Cunha, Bento Gonçalves, o destaque é para a produção de vinhos e o beneficiamento de produtos oriundos da agropecuária.

No Brasil, a partir de 1932 o estado foi o pioneiro no refino de petróleo. Esse fato colaborou para que ainda hoje o Rio Grande do Sul seja um dos protagonistas do segmento.

Os produtos minerais mais notórios são o carvão e o cobre. Porém, minérios de cobre, tungstênio, cristal de rocha e chumbo também ocupam lugar de destaque.

Na agricultura, a soja é o principal produto do Rio Grande do Sul. A cultura se consolidou a partir da década de 70 e hoje está presente na porção noroeste, compreendendo alguns locais da depressão central, principalmente o planalto basáltico.

Além da soja, produtos como uva,  trigo, arroz, milho, mandioca, tabaco são muito fortes na agricultura rio-grandense, cada um em um local específico do estado.

Na pecuária há criação de bovinos tanto para a produção de leite, quanto para o corte. Há, ainda, criação de ovinos e suínos.

Relevo

Em relação ao relevo, em função de várias condições, no Rio Grande do Sul é possível encontrar diversas formações, sendo que as principais unidades geomorfológicas são:

  • Planalto Meridional
  • Cuesta do Haedo
  • Depressão Central
  • Escudo Sul-rio-grandense
  • Planície Litorânea

Clima

O clima predominante no estado é o temperado subtropical. De acordo com a classificação de Köppen, mesotérmico úmido. Por conta de sua posição geográfica (27°03″42″” e 33°45″09″” de latitude Sul, e 49º42″41″” e 57º40″57″” de longitude Oeste), registra grande diferença climáticas em relação ao restante do país.

As temperaturas variam de acordo com as estações, onde os verões são quentes os invernos muito rigorosos, incluindo fortes geadas e às vezes, até mesmo com a presença de neve. A média de temperatura varia entre 15ºC e 18ºC, com extremos marcantes: mínimas de -10ºC e máximas de 40ºC.

Em relação aos índices pluviométricos, as chuvas são bem distribuídas ao longo do ano, principalmente por conta das massas de ar oceânicas que adentram o estado. Apesar disso, há variações significativas conforme a região, no sul, por exemplo, a pluviosidade fica entre 1.299 e 1.500mm, enquanto no norte varia entre 1.500 e 1.800mm.

Vegetação

São predominantes no estado dois biomas: pampa e mata atlântica. No Brasil, o único local onde o pampa pode ser encontrado é no Rio Grande do Sul. Ele está presente em aproximadamente 63% do território. Infelizmente, é o segundo mais ameaçado, ficando atrás apenas da Mata Atlântica.

Dentro dos biomas é possível destacar sete tipos de vegetação:

  • Estepe: por definição, considera-se estepe os campos brasileiros distribuídos desde o encontro com o cerrado até o extremo sul. As principais características são as vegetações predominantemente campestres na zona temperada, onde as chuvas são bem distribuídas no decorrer de todo o ano. No estado, a vegetação estepe é subdividida em arborizada, parque/campo sujo e estepe gramínea-lenhosa/campo limpo.
  • Savana estépica: sobressai no extremo sudoeste do Rio Grande do Sul, mais precisamente no Parque do Espinilho. É uma área de planície alagável entre os rios Uruguai e Quaraí.
  • Floresta ombrófila mista: está na região do planalto meridional e a Araucária é a espécie predominante.
  • Floresta ombrófila densa: presente na região nordeste, a floresta ombrófila densa compreende o território que vai desde a Planície Costeira até o Planalto Meridional.
  • Floresta estacional decidual: uma das principais características é que as espécies dessa vegetação ficar sem as folhas durante o inverno. Está localizada entre a floresta ombrófila mista do rio Uruguai e a estepe dos campos gaúchos.
  • Áreas de formações pioneiras: presente nas regiões das planícies marinhas, recebe o nome de vegetação pioneira, uma vez que são os primeiros vegetais que se instalaram nesses terrenos de deposições fluviais, lagunares ou marinhas.
  • Área de tensão ecológica: constituem a área de contato entre a Mata Atlântica e as áreas de formação pioneira e também entre o Pampa e a as áreas de formação pantaneira. Por isso, geralmente é uma faixa mista entre os dois tipos de vegetação.

Algumas espécies representantes das vegetações características do Rio Grande o Sul são a araucária, grama-tapete, algarrobo, amendoim-nativo, nhandavaí e trevo-nativo.

Fauna

Alguns dos principais animais do Rio Grande do Sul são:

  • Bugio
  • Caboclinho-de-barriga-verde
  • Quati
  • Jacaré-de-papo-amarelo
  • João-de-barro
  • Sabiá-do-campo
  • Tatu-mulita
  • Preá
  • Zorrilho
  • Perdigão
  • Esquilo
  • Tamanduá
  • Gato-do-mato
  • Sapinho-de-barriga-vermelha
  • Tuco-tuco
  • Picapauzinho-chorão

Hidrografia

No território do Rio Grande do Sul há três importantes bacias geográficas: bacia litorânea, bacia do rio Guaíba e bacia do rio Uruguai. Essa última é formada pelo rio de mesmo nome, que é o mais extenso de todo o estado, e também por seus afluentes. Ele desemboca no rio da Prata, que fica entre o Uruguai e a Argentina.

São os principais afluentes do rio uruguai os rios Erechim, Ibicuí, Ibirapuitã,  Ijuí, Inhandava, Jaguari, Passo Fundo, Piratini, Quaraí, Santa Maria e Várzea.

Segunda maior, a bacia hidrográfica do Guaíba engloba 251 municípios gaúchos, incluindo a capital, Porto Alegre. Por fim, a bacia litorânea é formada por um conjunto de bacias cujas águas seguem rumo ao Atlântico. Compreende aproximadamente 13% do território estadual.

Culinária do Rio Grande do Sul

Quando o assunto é a culinária gaúcha, o churrasco é um dos primeiros pensamentos. E de fato, a carne assada é um dos maiores ícones do estado. Porém os pratos rio-grandenses oferecem inúmeras possibilidades de sabores, texturas e cores.

As comidas típicas do Rio Grande do Sul são influenciadas principalmente pela imigração europeia. Ainda que em menor quantidade, também há influência de pratos africanos. Veja quais são alguns desses pratos:

  • Arroz carreteiro
  • Cuca
  • Apfelstrudel (torta de maçã)
  • Vovó sentada
  • Costela assada
  • Chimia (compota de frutas)
  • Matambre recheado
  • Rodízio de churrasco
  • Eisbein (joelho de porco)
  • Paçoca de pinhão com carne assada
  • Tainha na taquara
  • himmel und erde (purê de batatas e maçãs)

Indicadores socioeconômicos

Em 2010 o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Rio Grande do Sul era de  0,746, ocupando o posto de sexto mais alto do Brasil. Além disso, é um quinto estado em longevidade, com expectativa de vida de 77,8 anos.

Ocupa a quarta melhor posição em relação aos índices de pobreza, com 2,9%, ficando atrás somente de Santa Catarina, Distrito Federal e São Paulo. É o sexto em população atendida por esgotamento sanitário, atingido o índice de 73,59%.

Aproximadamente 8,67% das pessoas possuem nível superior, o que deixa o estado em sétimo lugar. A taxa de alfabetização é a quinta melhor, com 96,8% da população alfabetizada.

Registra, ainda, um dos melhores números em relação a mortalidade infantil. A cada mil crianças nascidas vivas, apenas 9,6 não completam o primeiro ano de vida. Outro indicador importante e o Produto Interno Bruto (PIB) do estado, que em 2017 foi de R$ 375 bilhões.




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