Mesmo sendo a unidade federativa mais nova do Brasil, o Tocantins oferece consideráveis oportunidades em concursos públicos e processos seletivos. No estado, frequentemente são abertos editais para os órgãos estaduais e municipais.
Ao contrário dos certames mais abrangentes, como os federais, os regionais possuem uma série de especificidades, entre elas, as pertinentes ao conteúdo programático. Um tema presente em muitos programas de prova, são as matérias de geografia e história estadual.
Para os candidatos tocantinenses, especificamente, elaboramos este artigo com alguns dos conteúdos mais cobrados na matéria de geografia do Tocantins para concursos públicos.
Detalhes sobre a formação do território
Último estado brasileiro a ser criado, o Tocantins começou a ser povoado somente na primeira metade do século XVII. Entretanto, o território que hoje o compreende, inicialmente, pertencia ao estado de Goiás.
Antes da chegada dos portugueses o local era habitado por indígenas das tribos dos xingus e txucarramães. A partir de 1625, sob liderança do Frei Cristóvão de Lisboa, uma missão religiosa foi fundada no extremo norte de Goiás.
A partir de então, a ocupação do território tem duas fontes distintas: por um lado, migrantes do norte e do nordeste adentraram o estado durante os séculos XVII e XVIII. Por outro, os bandeirantes paulistas na busca pelo ouro entraram pela porção sul. Portanto, o Tocantins é influenciado pelas duas culturas.
De certo modo, é possível dizer que os imigrantes das diferentes origens estabeleceram vínculos com seus pares. Enquanto nordestinos e nortistas se aproximaram do estado do Pará e Maranhão, os sulistas permaneceram mais ligados a Minas Gerais e São Paulo.
Os movimentos separatistas começaram a aparecer por volta de 1821. Foi proclamado neste ano o Governo Autônomo de Tocantins, uma tentativa totalmente fracassada. Aproximadamente cem anos depois, em 1920, mais um tentativa infrutífera foi feita.
Na década de 60, com a construção de Brasília, a região norte do estado de Goiás começou a se desenvolver. Fatores como a construção da rodovia Belém-Brasília, exploração do ouro e do calcário, além do extrativismo de madeira, também foram importantes para o progresso local. Além do aumento populacional, a agropecuária deu o primeiro salto.
Ao término da Ditadura Militar, propostas para a divisão do estado ressurgiram, e foram vetadas, nos governos de João Goulart e José Sarney. Somente em 1988, com a promulgação da nova Constituição, a criação do Tocantins foi efetivada.
Sobre o estado
Pertencente ao norte do país, o Tocantins, representado pela sigla TO é o estado mais novo do Brasil. Seu gentílico é o tocantinense. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a área total do estado é de 277 620,914 km², sendo a décima unidade federativa em extensão territorial.
O território está dividido em 139 municípios, e estes, em 3 regiões geográficas intermediárias e onze regiões geográficas imediatas:
- Palmas: Palmas, Porto Nacional, Paraíso do Tocantins e Miracema do Tocantins.
- Araguaína: Araguaína, Guaraí, Colinas do Tocantins, Tocantinópolis e Araguatins.
- Gurupi: Gurupi e Dianópolis.
Seus estados limítrofes são: Goiás, ao sul, Mato Grosso, a oeste e sudoeste, Pará, a oeste e noroeste, Maranhão, a norte, noroeste e leste, Piauí, a leste e Bahia, a leste e sudeste.
O nome do estado faz referência ao rio Tocantins, que o corta de sul a norte. O termo vem do tupi e significa “bicos de tucanos”. O nome do rio, por sua vez, se refere a uma tribo indígena que habitava o local na ocasião da chegada dos portugueses.
Palmas e as principais cidades
A capital do Tocantins é a cidade de Palmas. Fundada em 20 de maio de 1989 e emancipada em 1 de janeiro de 1990, é a capital mais nova do Brasil e também a menos populosa, com 291.855 habitantes.
É uma cidade completamente planejada, ou seja, ela nasceu e foi construída especialmente para ser a capital do estado. Possui os melhores índices de qualidade de vida entre as capitais do norte do país.
Com urbanização crescente, a cidade experimentou grande crescimento populacional durante a década de 90. Além disso, em comparativo com o cenário nacional, apresenta bons índices de desenvolvimento econômico.
Palmas é conhecida por seus pontos turísticos, que incluem as praias artificiais da Graciosa, do Prata e dos Arnos. Além do Marco do Centro Geodésico do Brasil, caracterizado pelo Palácio do Araguaia.
Além da capital, outras cidades importantes do estado são Araguaína, Gurupi, Porto Nacional, Paraíso do Tocantins e Miracema do Tocantins.
Bandeira do Tocantins
A bandeira do Tocantins foi instituída em novembro de 1989, pouco tempo depois da criação do estado. Com desenho simples, suas cores principais são o azul, branco e o amarelo ouro. Ao centro, há a figura de um sol.
O azul representa a hidrografia privilegiada da região, o branco, a paz, e o amarelo, as riquezas naturais. O sol representa a luz que nasce para todos os cidadãos tocantinenses, derramando seus raios sobre o futuro do estado.
População
Conforme estimativa do IBGE, em 2017 a população do estado era de 1.550.194 habitantes, sendo a vigésima quarta unidade federativa em população. O crescimento demográfico é de 1,8% ao ano e a densidade demográfica é de 5,58 hab./km².
Por conta da pouca idade do Tocantins a população é composta por migrantes de diversos outros estados.
A presença indígena é forte, sendo encarado como um ponto crucial na constituição demográfica tocantinense. Sete etnias estão presentes em maior quantidade: Pankararu, Xambioá, Javaé, Canela, Apinajé, Karajá, Xerente e Krahô.
O estado abriga também boa parte da população quilombola do Brasil. Milhares de pessoas estão divididas em aproximadamente 15 comunidades formadas por descendentes de africanos escravizados no território brasileiro.
Grande parte dos moradores do estado, aproximadamente 78,8%, vivem na zona urbana. E a região com maior concentração populacional é a da capital, Palmas.
Economia
Por ser um estado muito novo, a economia do Tocantins ainda passa por fase de consolidação. Ainda que a construção da rodovia Belém-Brasília tenha impulsionado a agricultura da região, a maioria das culturas é de subsistência. Hoje, o principal produto é o arroz. Em seguida aparecem o feijão, milho e a soja.
A criação de gado de corte está concentrada na porção mais rica do estado, o vale do Araguaia. Destaque também para a produção de suínos.
O principal produto mineral do Tocantins é o cristal de rocha. No território tocantinense, embora praticamente inexplorados, há também depósitos de bauxita, cassiterita, ouro e gesso. No extrativismo vegetal os itens mais notórios são o babaçu, pequi, mamona, mogno e castanha-do-pará.
A indústria é pouco desenvolvida, já que com a divisão do estado, praticamente todo o complexo industrial ficou no estado de Goiás. Ao mesmo tempo, novas fábricas foram atraídas, principalmente para Araguaína e Gurupi.
Uma das principais dificuldades para a expansão do setor está na distância com os principais mercados consumidores. Hoje, boa parte da economia é proveniente de empresas de médio porte e microempresas. Os produtos mais notórios são os materiais de construção, como tijolos, cimento, manilhas, telhas e madeiras.
Outros pontos de destaque são os produtos metalúrgicos leves e a indústria de móveis.
Relevo
Um dos motivos para que o estado do Tocantins tenha um relevo considerado sóbrio, é sua localização no Planalto Central Brasileiro. Justamente por isso, o tipo de relevo predominante são os planaltos.
Além deles, também é possível encontrar depressões e planícies dentro dos limites estaduais. Boa parte do estado possui altitudes inferiores a 500m.
As maiores altitudes médias podem ser encontradas na parte leste, especialmente na Serra Geral. Porém, o ponto mais alto do Tocantins está na porção sul, no município de Paranã. A serra das traíras tem altitude de 1340m.
Entre as principais características do relevo, estão a presença de superfícies tabulares e aplainadas, provenientes dos processos de pediplanação. São destaques do estado as formações de relevo da Peneplanície do Araguaia, das Chapadas da Bacia do São Francisco e da Bahia do Meio-Norte.
Outros pontos relevantes são as depressões dos rios Tocantins e Araguaia, Planície do Bananal e Planaltos Residuais do Interflúvio Tocantins-Araguaia.
Clima
De modo abrangente, o clima predominante no estado é o tropical. Ele é caracterizado pela presença de duas estações bem definidas, o inverno seco (maio a outubro) e o verão chuvoso (novembro a abril).
Por conta da grande extensão latitudinal do Tocantins, ele é dividido em duas regiões climáticas. No norte, de clima tropical úmido, as temperaturas anuais médias variam entre 24ºC e 28ºC. As máximas, geralmente, ocorrem entre os meses de agosto e setembro, e podem ultrapassar os 38ºC. Os índices pluviométricos ficaram entre 1500mm e 2100mm.
No sul é predominante o clima tropical de inverno seco. Os meses secos e chuvosos são mais equilibrados e as temperaturas médias anuais diminuem conforme as altitudes se elevam. As temperaturas máximas são registradas no período da seca, sendo agravadas pelo ar seco e queimadas características dessa época do ano.
No extremo sul a variação de temperatura fica entre 22ºC e 23ºC, no centro, de 26ºC e 27ºC e no norte, de 22ºC a 23ºC.
Vegetação
Apesar de mais de 90% do território tocantinense ser coberto pelo cerrado, é possível encontrar outros tipos de vegetação, a exemplo do cerradão, campos limpos e campos sujos, mata ciliar, mata de galeria, campos rupestres, veredas e palmeiral.
Vegetação característica de uma porção considerável do Brasil, o cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul. Apesar disso, corre sérios riscos de desaparecer por conta da ação humana, principalmente no que diz respeito ao desmatamento para monocultura e pecuária extensiva.
Entre suas principais características, podemos ressaltar a vegetação arbustiva e herbácea, constituída por árvores de pequeno porte, de troncos retorcidos e raízes profundas. Além disso, é frequente a presença de gramíneas e vegetação rasteira.
As características do cerradão são muito parecida com as o cerrado. A principal diferença entre eles, é que, enquanto as árvores no cerrado possuem estatura média menor que 10m, no cerradão elas podem ultrapassar 15m.
A mata ciliar está presente nas margens de rios de médio e grande porte. A largura delas é diretamente proporcional a largura do leito do rio. A mata de galeria está presente também às margens de rios, mas nos de pequeno porte. Elas se caracterizam pela formação de galerias, ou corredores, sobre os rios.
Outro aspecto da vegetação do estado, é a formação de campos. Eles surgem principalmente em função das peculiaridades do solo, que é mais pobre, e do clima, que é mais seco. Além disso, influenciam as queimadas naturais e as ações antrópicas.
No campo limpo a predominância é de gramíneas e a presença de árvores é mais restrita. No campo sujo, além das gramíneas, pode ocorrer a presença de alguns arbustos. No campo rupestre as paisagens de gramíneas são complementadas com a presença de árvores de até dois metros de altura.
Os palmeirais são uma formação savânica onde uma única espécie de palmeira arbórea constitui a vegetação. As veredas, além da palmeira do buriti, há outros arbustos herbáceos. São rodeadas pelos campos limpos.
Além de todos esses tipos de vegetação, no Tocantins há duas áreas de contato entre dois ou mais biomas. Elas recebem o nome de ecótonos. Estão presentes no estado o encontro entre amazônia-cerrado e cerrado-caatinga.
Fauna
Conheça alguns dos principais representantes da fauna do Tocantins:
- Capivara
- Jacaré
- Arara
- Uirapuru
- Onça-pintada
- Ema
- Veado
- Urubu-rei
- Arara-canindé
- Tucano
- Boto
- Perdiz
- Pato-selvagem
- Tamanduá-bandeira
- Lobo-guará
Hidrografia
A rede hidrográfica tocantinense é constituída basicamente por pelos rios que correm para os rios Tocantins e Araguaia. Apesar de registrarem secas e vazantes de contraste acentuado, esses rios não experimentam períodos de seca, graças ao subsolo poroso, que garante a infiltração e armazenamento de água.
O estado tem um alto potencial hídricos, e além dos rios já citados, são importantes os rios Paraná, das Balsas e do Sono. No Araguaia está a Ilha do Bananal, que é a maior ilha fluvial de todo o mundo.
Comidas típicas do Tocantins
Por conta das características de colonização da região, as origens da culinária tocantinense sofreram influências de muitas regiões do país. Os principais componentes, no entanto, foram herdados das comidas típicas goiana, maranhense, mineira e paulista.
Por conta da abundância de peixes provenientes dos rios Tocantins e Araguaia, os pescados constituem a base dessa culinária, que além de tudo, tem forte influência indígena. Conheça alguns dos pratos que representam o estado.
- Peixe na folha de bananeira
- Frango tostado
- Peixada
- Arroz Maria Isabel (arroz com carne de sol)
- Peixe no leite de babaçu
- Paella do Tocantins
- Chambari (músculo bovino com osso temperado e cozido)
- Amor perfeito (biscoito de polvilho)
Principais indicadores socioeconômicos
Os indicadores socioeconômicos são uma importante ferramenta para traçar alguns pontos da realidade de um estado. Os dados são levantados pelo IBGE, e juntos, eles permitem a elaboração da situação do Brasil como um todo.
Conheça os principais indicadores socioeconômicos do Tocantins:
Alfabetização – A taxa de alfabetização do Tocantins é de 89,6%, o que garante a décima sétima posição entre todas as unidades federativas brasileiras.
Pessoas com nível superior completo – Aproximadamente 7,05% dos tocantinenses possuem ensino superior completo, portanto, o estado é o décimo segundo do ranking brasileiro.
Expectativa de vida – A expectativa de vida média é de 73,4 anos, tendo o estado o décimo oitavo melhor índice brasileiro.
Taxa de mortalidade infantil – O estado ocupa a décima quarta posição neste quesito, portanto, apresenta números medianos. A cada mil crianças nascidas vivas, 15,8 não completam o primeiro ano de idade.
Taxa de natalidade – A taxa de natalidade é de 18,4%, deixando o Tocantins na décima primeira posição entre todas as unidades federativas.
Incidência da pobreza – Cerca de 11,9% da população tocantinense vive em situação de extrema pobreza. O número coloca o estado como o décimo terceiro no ranking brasileiro.
Acesso à rede de esgoto – Essa é a área que registra os piores números no estado. Apenas 12,9% dos municípios contam com rede de esgoto. Portanto, o estado fica com a vigésima terceira posição.